Cavalo de Tróia


Achei muito interessante uma comparação que ouvi do carnaval com o Cavalo de Tróia. Se repararmos bem, a farra momesca é um verdadeiro "presente de grego". Seduzidos pela alegria artificial das músicas, danças, cores... O folião compra a ilusão de uma festa que, a principio, não trás nenhum mal. Mas o que esconde os acordes da fantasia?


Grande parte dos carnavalescos não vai para as ruas com o intuito puro e simples da diversão sadia. O uso e abuso do álcool e outras drogas, a sexualidade banalizada, o extravasar de instintos, o porte de armas... Criam uma psicosfera insalubre, à qual sintonizam desencarnados afinados com tais vibrações, fomentando os desatinos.


Malhados de corpo e tísicos de mente distribuem socos e pontapés na multidão; assaltantes, golpistas, pedófilos, exploradores, viciados e viciadores encontram pasto perfeito para seus desditosos propósitos; bêbados violentos e provocadores; assassinos a procura de um pretexto vil; moral e honra em sumária nudez; a imprevidência traduzida em dolorosos acidentes; sexo sem limites...


Enquanto isso, ao contrário do que cantou Caetano: Atrás do trio elétrico, vai também quem já morreu. Compromissada apenas com interesses financeiros, a grande mídia mostra a performance exuberante e o trio igualmente chamativo de uma musa do axé, o rebolado da outra, a "celebridade" no camarote tal, a atriz no bloco daquela banda, a coreografia vulgar daquele pagode...


A face obscura do exótico "cavalo de Tróia dos trópicos" é devidamente camuflada: obsessões se estabelecem, rixas são criadas, vícios aprofundados, degradações aumentadas, dramas superlativados, filhos a abortar, doenças a curar (ou não)...


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