A imprensa baiana, continua a divulgar o alto e absurdo número de negativas à doação de órgãos no estado. Enquanto cerca de 4.000 pessoas aguardam na fila de transplantes, a indiferença de uns e o egoísmo de outros, joga no “lixo” a oportunidade de salvar vidas.
Muitas pessoas, pensam e agem como se elas e seus afetos, estivessem livres de um dia precisarem de uma doação de órgãos. Não se colocam no lugar do outro, de seus familiares e amigos. Anestesiam coração e mente em relação ao sofrimento alheio, escondem-se atrás da emoção da perda, para justificar o que em última instância representa, pura e simplesmente, o velho egoísmo do ser humano.
Muita gente é capaz de dar a própria vida por seus parentes e amigos, no entanto, negam-se a testemunhar uma parcela desse amor por alguém que não integra seu círculo de relações. Optando a entregar aos vermes da morte, órgãos que poderiam permanecer vivos, dando vida, celebrando a fraternidade, a solidariedade e a humanidade, que escasseiam nessa sociedade cada vez mais individualista e omissa.
Por outro lado, precisamos de mais campanhas de esclarecimento sobre doação e transplante, resolver o imoral descalabro em que se encontra o serviço público de saúde, sensibilizar as equipes hospitalares para a notificação e montar uma logística realmente eficiente para minimizar as perdas e otimizar as captações. Sem esquecer o pós transplante com atendimento e acompanhamento digno das necessidades dos transplantados.
Desculpem-me pelas colocações duras, mas vidas e vidas se perdem, quando poderiam ser salvas, tantas dores poderiam ser aliviadas. Converse com seus parentes, diga que é doador e no dia que você morrer, seu espírito seguirá conforme a sua crença. Sendo materialista, sua vida terá uma espécie de “prorrogação em outros. Ambos representarão vida para alguém, em vez de apodrecer no túmulo, como repasto de parasitas.
27 de setembro, dia do doador de órgãos e tecidos. Leia sobre. Informe-se.