Corre o tempo a desaguar no infinito:
Gotículas os segundos,
gotas os minutos,
em pingos vão-se os dias.
Fogem as semanas,
correm os meses.
Seguem os anos sem detença:
Não tardam velhos nem novos,
esvaem-se os calendários e suas estações,
eclipsam os relógios.
Vão-se as chegadas e partidas,
o lembrado e o esquecido,
o chorado e o sorrido,
todo bem e todo mal.
Vai o pobre e vai o rico,
o poderoso e o fraco,
o crédulo e o descrente,
a vítima e o algoz.
Rio do tempo,
rio da vida.
Nasce antes do começo,
segue para além de depois do "fim".
Arrasta quem para à ribeira,
para assistir o tempo não parar.
Não para,
não espera por quem tarda,
retarda navegando contra a corrente.
Nessa vida tudo é transitório,
Ilusório e passageiro.
Real é o infinito,
Onde desagua o tempo e o humano espírito.
Postado aqui em 18 de dezembro de 2010).
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