Precipício

 

Não há brinquedos

nas mãos dos meninos,

os brinquedos morreram

nas mentes dos meninos.

A inocência sucumbiu à malícia,

a fantasia cedeu ao vício

e o adulto cruza os braços

ante o precipício das ruas.

Sorrisos se apágam,

a picula agora é fuga,

as mãos ostentam armas,

as cabeças cheiram cola,

a vida tropeça,

o destino aborta.

E os adultos?

Os adultos cruzam os braços

ante o precipício das ruas.

 

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