Moradores de cidades vizinhas, Marco e Marcos não se conheciam, nunca tinham tido qualquer contato. Mas uma rede de coincidências lhes parecia "clonar" o destino: ambos trabalhavam como repositores em mercadinhos, tinham dois filhos, a mesma idade e escolaridade, se casaram na mesma data... Ganhadores de um grande prêmio da loteria dividiram uma pequena fortuna.
Marco comprou um confortável sitio sem grandes luxos, mas muito aprazível. Marcos adquiriu uma exuberante fazenda, decorada com apuro e requinte.
Na garagem de Marco, um belo carro novo, que sem extravagância, atendia às necessidades da família com eficiência e comodidade. Marcos optou por caríssimos importados com motores possantes e acabamento luxuoso.
Marco cuidou de investir na educação dos filhos: "seus filhos teriam tudo o que ele não teve".. Marcos tratou de satisfazer-lhes todos os caprichos e vontades: "seus filhos teriam tudo o que ele não teve".
Na casa de Marco não faltava nada. Na residência de Marcos sobrava de tudo.
Marco buscou investimentos seguros e pouco a pouco montou uma rede de mercados. Marcos não quis mais conta com trabalho, apostou em aventuras e segundo seu pensar: "botou o dinheiro para trabalhar por ele".
...
Passados cinco anos, uma grande tempestade abateu-se naquela região, uma enchente como nunca antes vista, destruíu quase tudo. Inclusive as moradias de Marco e Marcos.
Marco que multiplicara seu prêmio, não teve maiores dificuldades para superar a adversidade. Marcos que dilapidara o patrimônio teve que desfazer-se do pouco que restou, para pagar dividas... Envergonhado, mudou de cidade.
Dez anos passados, Marco um bem sucedido empresário. Marcos seu empregado, estoquista em uma das lojas da rede.
Os filhos de Marco: Um renomado engenheiro mecatrônico a outra, uma respeitada publicitária. O filho de Marcos preso por estelionato, a filha revendendo cosméticos, bijuterias e confecções de porta em porta, para sustentar três filhas e o marido alcoólatra, viciado em jogo.
Marco e Marcos continuam desconhecidos um para o outro, mas aqui nos mostram que o que faz a diferença, é o ser e não o ter. São as pessoas que fazem as coisas, não são as coisas que fazem as pessoas. Cada um com seu sentir, pensar e agir escreve sua biografia, constrói seu destino, reinventa seu desiderato.
Postado aqui em 17 DE FEVEREIRO DE 2011.
Olá António,
ResponderExcluirComo sempre dos seus textos, se extrai, um ensinamento e uma moralidade, mas, poucos, a aproveitam, infelizmente.
Por vezes, parece que estamos pregando no deserto.
As pessoas se ganham 200, gastam 300, por exemplo, recorrendo a créditos, enquanto que há outros, que ganham 200 e gastam, ajuizadamente, 100. O futuro só Deus mesmo, o conhece.
Tenha um resto de dia feliz.
Abraço da Luz.
PS: quanto ao que referi, está tudo nos conformes, agora. Obrigada.
Olá, Luz.
ExcluirVamos tentando fazer a nossa parte, dar nossa pequenina contribuição.
Um abração.
Olá querido amigo, como vai?
ResponderExcluirQue bela lição este texto nos trouxe! Concordo com a colocação final, não são as coisas que fazem o homem e sim o homem que faz as coisas dependendo da forma como as usa.
Ontem mesmo vi um documentário onde um belo casal antes dos 30 anos já tinha conseguido um enorme sucesso, uma casa imensa e luxuosa, muitos carros na garagem, o rapaz tinha até 4 rolex em sua coleção de mimos preciosos... A certa altura começou a usar drogas, e a empresa foi á falência com seus gastos... a esposa cansada dos meus tratos por causa do comportamento violento dele, devido ao uso de drogas, acabou matando-o...
Fiquei refletindo sobre isso... Quisera eu hoje ter dinheiro para um mimo básico como uma roupa nova, mas a situação financeira anda difícil, mas fiquei grata por ter um lar de paz e cheio de amor, onde fazemos das alegrias diárias e do companheirismo o nosso luxo :)
Adorei, como sempre !
Um enorme abraço e bom fim de semana :)
Olá, Samanta.
ExcluirDinheiro e outros bens materiais, são finitos. Apostar apenas neles para ser feliz, é garantir a infelicidade. Quantos artistas consagrados, jogadores famosos, políticos poderosos, grandes empresários perderam tudo? Ser é sempre mais que ter. Senão...
Um abração e bom fim de semana para ti também.
Gostei muito da parábola, António.
ResponderExcluirAfinal, tudo depende da educação.
Eu. por exemplo, sou tão cuidadosa, que fico totalmente indecisa...
Isto porque fui muito criticada pelos meus erros.
A parcimónia é sempre boa amiga.
Grata pelo escelente 'post'
Abraço
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https://avivenciaravida.blogspot.com/
Ótima semana.
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Discernimento e equilíbrio sempre são bons conselheiros. Saber ganhar e saber gastar com responsabilidade, honestidade, zelo...
ExcluirUm abraço. Bom domingo e uma boa semana.
Quando... Seja...