Não sou dono de mim


Já não sou dono de mim,

de mim se adonou o destino:

Aceitar o que não aceito,

concordar com o que não concordo,

brincar de ser contente,

deixar a vida me levar...

Cativo num silêncio devorador de sonhos,

me embriago de lembranças,

quimeras,

reminiscências do passado...

Sorri falsa a alegria,

Vertigem da alma a chorar.

Vem comigo valsar a Saudade,

vagar entre memórias,

que não pôde o tempo apagar.

Tempo que se esvai na pressa dos dias,

roubando a poesia,

sonegando inspiração.

Esmaece a esperança,

como retinas que desertam da luz.

Eu que sempre quis contentes meus versos,

vivo esse descontente versar.

Não,

não sou dono de mim...


4 Comentários

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  1. Oi, Antônio!

    Muitas vezes temos a sensação de que não comandamos nosso próprio destino.
    O que juramos nunca mais fazermos, acabamos repetindo, emoções que pensávamos não vivenciar nunca mais, acontecem de novo...
    Vivamos e deixamos estar, procurando melhorar o que há de melhor em nós.
    Se houver mesmo destino, que ele venha, mas que tenhamos consciência que fizemos a nossa parte!

    Belo poema!
    Abraços,
    Mary:)

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  2. Por mais que tentemos nunca seremos absolutamente donos de nós...
    Esta é uma tentativa vã - a de se desejar não pertencer as demais estações do MUNDO...
    Abraços


    O poema é muito belo!!!

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  3. Olá Mary.

    O destino é uma “obra aberta” na qual, num instante somos autores, noutro protagonistas e em alguns momentos. Meros coadjuvantes.

    Obrigado.

    Um abração.

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  4. Oi Malu.

    É verdade. Não somos donos de nada, nem mesmo de nós próprios. Somos usufrutuários da oportunidade do viver.

    Obrigado.

    Um abração.

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