Cotidiano. Calada a melodia,
rotina a sonhos devorar.
Um suicida fuma crack na esquina,
na esquina a violência a espreitar.
Tanto carro e pouca rua,
Mal cuidada a metrópole.
A incompetência posta nua.
Governante ou zelador de necrópole?
Ensino que (des) ensina,
mobilidade um aleijão.
À saúde cabe a chacina,
Padece a população.
Tenho sede,
tenho sede de poesia!
Os flatos do progresso(?)
nos sufocam nos efeitos dessa estufa.
Dos hidrocarbonetos à energia nuclear,
vão sujando nossa casa, poluindo nosso lar.
Terra Mãe tão maltratada...
Seus mares, seus rios...
Suas veias a sangrar!
Tenho sede,
tenho sede de poesia!
Uns mercam a "salvação",
Outros danação A vender...
Dementes fundamentalistas,
anacrônicos neonazistas,
esquizofrênicos racistas,
moralistas pedófilos,
enrustidos homofóbicos...
Abundante farsa,
epidêmica hipocrisia!
Tenho sede,
tenho sede de poesia!
Babel de grana e interesses,
globalizada insensatez.
Fukushima nos ensombra,
Hiroshima faz lembrar.
Chernobyl em triste sombra,
persiste o átomo em assombrar.
Bélica apolítica do capital,
Tem nas guerras seu lucro.
Comunidade internacional.
Caiado sepulcro
Do Médio Oriente o terror,
Triste horror do ocidente.
O Império conquistador,
Pôs em risco toda gente..
Tenho sede,
tenho sede de poesia!
(Postado aqui em 03 de abril de 2011).