
Cornélio era segurança de um proeminente político. Naquela noite, deveria estar fora do Estado. Mas seu Chefe precisou antecipar o retorno, para tentar abafar um desses escândalos tão corriqueiros na politicagem nacional.
O rapaz resolveu fazer uma surpresa para sua esposa. Passou na floricultura e comprou um buquê de belas rosas vermelhas, na delicatessen pegou um bom champanhe. Ao entrar em casa, ouviu uma música sensual que vinha do quarto do casal. Aproximando-se, começou a escutar sussurros, risos e gemidos. Lívido, estancou no meio do caminho. Deixou as flores caírem, colocou a garrafa sobre um móvel e após alguns instantes. Sacou a pistola da cintura, destravou a arma e lentamente dirigiu-se à porta da alcova com o dedo no gatilho.
Nesse instante o celular vibrou. Num sobressalto, o moço tornou à sala, "afogando" o aparelho no aquário. Sem tardar, novamente diante daquela porta, pôs a mão trêmula na maçaneta, um calafrio correu-lhe a espinha e quando os sons denunciavam o clímax de uma odiosa traição. Ele abriu a porta abruptamente, com a violência de um predador sedento de sangue.
Diante de seus olhos estupefatos, uma cena insólita. Sua mulher a quem tanto amava, aquela que lhe jurara fidelidade, sua mais ardente e avassaladora paixão... Ali estava. Recostada na cabeceira da cama, cochilando!!! Um braço pendido para fora do leito e o controle remoto da TV, caído no chão.
A TV, a televisão...
Postado aqui em 16 de setembro de 2011.
Pois então, meu caro... nem sempre o que parece... é!! A realidade muitas vezes é bem outra! Ainda bem que tal fato não foi consumado!
ResponderExcluir[ ] Célia.
Olá Apon,
ResponderExcluirNão entendo qualquer tipo de crime.
Passional, muito menos.
É preciso uma evolução nas mentalidades.
Beijos de luz.
Com certeza Luz!
ResponderExcluirO assassinato ou qualquer outra espécie de crime denuncia o atraso evolutivo que a humanidade ainda se permite. Precisamos nos libertar dos atavismos bárbaros, que nos rebaixam aos instintos.
Um abração e um bom fim de semana.
É isso mesmo Célia!
ResponderExcluirO julgamento apressado e o agir sem averiguar as aparências circunstanciais, pode produzir desastres. Sem esquecer que, a ninguém foi dado o direito de vida e morte sobre os outros. “Calma, cautela e perseverança” sempre, e sobretudo, desarmar a mente e o coração.
Um abração e um bom final de semana.
Muito legal seu conto.
ResponderExcluirGuardaste até o final a surpresa de um bom conto!
Parabéns! Gostei!
Obrigado Leila!
ResponderExcluirÉ muito bom saber que alguém como você que escreve contos tão bem, tenha gostado desse nosso.
Um abração e um ótimo fim de semana.
Olá,
ResponderExcluirNenhum motivo justifica o crime.
A vida é um presente de Deus, necessária ao ser humano para o seu processo evolutivo.
Fé e equilíbrio ajudam a atravessar momentos de forte emoção, sem desatinos.
Bem vindo ao meu Recanto.
Abraço.
Olá Antonio
ResponderExcluirmuito bom o conto, surpreendente, com suspense na medida.
O medo nos faz ver e ouvir coisas, talvez se ele não carregasse o medo de ser traído de casa se lembrasse que no quarto tinha uma tv. O medo fica nos instigando a confirmar as suspeitas que insiste em plantar em nós.
Bom final de semana para você!
Boa noite Van!
ResponderExcluirDe fato o medo superlativa nossos fantasmas interiores, distorce e tolda a percepção. Junte-se a isso a precipitação e pode-se criar uma tragédia.
Obrigado pela visita e comentário.
Um abração e bom domingo.
Querido amigo,
ResponderExcluirNão existem motivos para matar, mas circunstâncias que podem levar a. Neste caso, embora tenha gostado muito do conto poético, senti uma falha técnica para que o exemplo tivesse efeito mais realista e explico: ele precisaria mirar o alvo e veria a tempo o engano.
Beijos com carinho, bom domingo e excelente semana.
Simplesmente ótimo Atom, fiquei presa na leitura até o final e o que parece ser nem sempre é, abrindo uma reflexão sobre sermos motivados a agir no calor das emoções podendo acarretar um final trágico.
ResponderExcluirDeixo um abraço no seu coração!
a realidade nos surpreende, né?
ResponderExcluirOlá Apon,
ResponderExcluirAgradeço o teu comentário.
Te desejo um bom domingo e uma excelente semana.
Abraços de luz.
Olá Desnuda!
ResponderExcluirNinguém tem o direito sobre a vida do outro. Temos que cuidar para que as circunstancias não façam da precipitação um estopim de uma tragédia. É preciso mais equilíbrio e discernimento.
Quanto à “falha técnica”. Até pensei em detalhar mais a cena, mas achei que como ficou já estava subentendido o fato dele mirar... Valeu a dica!
Um abração. Bom domingo e uma semana 1000 para você também.
Obrigado Regilene!
ResponderExcluirO julgamento apressado e a ação irrefletida dão causa a desastres que ganham as manchetes policiais. As pessoas precisam desarmar o espírito e usar a razão que nos distingue dos outros animais que agem sobre o império dos instintos.
Um abração e uma boa semana.
Ainda bem que, no caso a surpresa não redundou numa catástrofe patrocinada pela precipitação no julgar.
ResponderExcluirUm abração e boa semana.
Obrigado Vera!
ResponderExcluirConcordo plenamente!
Um abração e uma semana plena de luminosidades.
E o meu coração que já estava todo apertadinho, pois pensava ir assistir à descrição de uma vingança amorosa...
ResponderExcluirÉ, isto só prova que nunca devemos fazer juízos precipitados!! (mas que eu pensaria o mesmo, à pensaria sim!!)
Abraço e boa semana
Olá Ana!
ResponderExcluirMais calma e menos pressa, evitariam tantos problemas na vida das pessoas... Também a possessividade pode ser um grande alucinógeno.
Obrigado pela visita e comentário.
Um abração e uma boa semana para você também.
Ufaaaaaaaa, suspirei fundo ao chegar no final.
ResponderExcluirQue suspense meu querido amigo.
E no final das contas, o celular ficou afogado no aquário, e tudo o que ele pensou ser real, não passou de uma insegurança que certamente ele tinha dentro de si.
Por isso devemos ser sempre cautelosos ao agir, podemos nos precipitar e tomarmos atitudes desnecessárias.
Adorei o suspense.
Beijos de uma deliciosa semana pra você meu querido amigo.
Obrigado Majoli!
ResponderExcluirA precipitação fez o cidadão “viajar na maionese”
Um hiper, mega, super abração e uma deliciosa semana para você também.
Olá,Antonio!
ResponderExcluirNinguém tem direito de tirar uma vida!Não interessa o motivo!
*Nem tudo é o que parece...e tirar conclusões precipitadas pode ser bem perigoso!!
Beijos!
Obrigada pela visita!Seja sempre Bem-Vindo!
Obrigado a você Vivian!
ResponderExcluirNão temos o direito de dispor da nossa vida nem da dos outros. Ela é um empréstimo de Deus para nossa evolução.
Um abração.