Pressa. Distorção do tempo, que nos joga na ciranda louca da vida. Apreçar, apressar que nos furta de nós, dos outros, do que tem real valor.
O tempo passou depressa,
a pressa,
com ele se foi.
Da agenda lotada,
do calendário corrido,
da ambição desmedida...
Restaram os sorrisos não sorridos,
os abraços não dados,
as palavras engasgadas,
as amizades não cuidadas...
Ficaram as férias sempre adiadas,
a carência de ócio,
o inadiável negócio,
o substituto para o “insubstituível”...
A herança ficou para ser disputada!
O tanto ter,
o pouco ser...
Sobrou o livro não escrito,
a arvore não plantada,
o filho mal criado,
a pintura encarcerada nas bisnagas de tinta,
na frigidez da tela em branco.
Uma vida se foi num átimo,
num sopro;
como pegadas na areia.
Resta inculpar ao tempo,
esse suposto canalha,
que ilude e seduz.
Por troco e bagatela,
troca-se vida por quimera,
amargor de tanto se, talvez, por quê? ...
O homem no caixão;
já sem pressa!
Jaz sem pressa...
A pressa?!
Apreçada,
apressada se foi.
Antonio, apesar de ausente, te ler é sempre um presente para os olhos, alma e coração.
ResponderExcluirA pressa se foi...resumo perfeito do nosso viver.
Estás de parabéns!!
Beijos com carinho.
Bom dia querido poeta !!
ResponderExcluirComo gosto da tua poesia, Antonio!!
Ela sempre nos traz inequivocamente um grande conteúdo para reflexão.
Sem dúvida, esse vício, ou hábito de viver envolvido na Pressa, nos faz perder tantos e tantos detalhes da vida, que somente com a calma e olhar apreciativo nos daria a oportunidade de plenificar-nos ao momento presente.
Excelente inspiração, e sapiência, meu caro poeta!
Que possamos todos nos deter no instante presente e retirar dele o melhor que ele nos oferece, sem pressa, sem correria, mas com aproveitamento das horas...
Bjos da Lu...
Poucas coisas funcionam na pressa, muitas pessoas vivem na pressa, mas nenhuma se entende nessa correria louca.
ResponderExcluirEngana-se que a vida pede pressa, ela pede calma, paciencia pra saber apreciar o que se passa.
Beijos querido, tenha uma semana maravilhosa.
Olá meu querido,
ResponderExcluirComo é bom vir aqui. Adoro ler você.
Pois é, apressados passamos pela vida... que belo texto!!!!
Beijo grande!
Oi, estimado Antônio!
ResponderExcluirÉ sem nenhuma pressa, que aqui venho.
Seu poema nos mostra o que é essa vida, meia desenfreada, que quase todo o mundo está levando.
E pra quê? Para nada. Cada coisa, no seu devido tempo e lugar.
Há países, onde nem se pensa no tempo. Comem quando têm fome, conversam animadamente e fazem ideia da hora, pelo sol, quando o olham.
Eu detesto horário pra isso, para aquilo. Claro que, profissionamente, tenho de o cumprir, mas sempre que posso, não tenho horas destinadas a..., nem uso relógio, sequer.
Gosto da forma como entrelaça os verbos apressar e apreçar. Dão ritmo e cor ao poema.
Boa semana.
Abraço da Luz.
Nossa, que bonito e profundo!
ResponderExcluirSe a gente parasse pra pensar quanto é importante perdermos tempo com coisas simples, como o ócio, ou brincando com os filhos. É um tempo rico, que precisamos "perder", antes que seja tarde.
Muito bom, Antonio.
Um abraço.
Antonio! Belíssimo poema-refexão!
ResponderExcluirDesvestir-se da pressa e, olhar nos olhos, falar com alma e coração, abraçar-se entrelaçando amizade e ternura, são afetos que jamais deveríamos deixar para depois. Pode ser tarde demais. E, então pagamos um alto preço por não termos realizado. Vida é para ser degustada até o último e mais sublime suspiro.
Abraço. Célia.
Meu querido amigo
ResponderExcluirUm poema tão verdadeiro...a vida passa e quase não damos por ela e quando acordamos das exigências de todos os dias por vezes já é tão tarde.
Adorei como sempre.
Um beijinho com carinho e desejo um bom Carnaval.
Sonhadora