Eram quatro amigos: Joaquim, filho de fazendeiro; Marcelo, filho de um vaqueiro; Pedro e Ambrósio, filhos de lavradores. Iguais na amizade, desiguais na condição social. Joaquim estudou em escola particular e foi fazer veterinária, Marcelo escolheu engenharia, enquanto Pedro optou pelo direito. Os três estudaram com vontade e se graduaram numa universidade pública. Igualmente capazes e empreendedores, prosperaram em suas profissões. Alguns anos depois de formados: O veterinário com um grupo de colegas, montou uma bem sucedida clínica; o advogado fez carreira no direito público e estava prestes a ser procurador, enquanto o engenheiro dirigia uma construtora em sociedade com um antigo professor.
Geralmente nos finais de semana e feriados, os amigos costumavam se reencontrar, celebrando a prosperidade que os igualava além da sólida amizade. Quando o pai de Joaquim morreu, os amigos estabeleceram uma sociedade, transformando a velha propriedade num belo e requisitado Hotel Fazenda. A educação dera frutos, dissipando as desigualdades, premiando esforços e fazendo verdadeira e real justiça social.
Mas, e Ambrósio?
Ambrósio virou o “quebra galho” da cidade, diferente dos companheiros de infância, ele não estudou, estagnou na lida do campo, fazia um bico aqui, outro ali... Ganhou dos amigos um pedaço de terra e uma casinha... Como o seu pai, o desafortunado pensava: “Instudá num é pra pobre, inscola é pra rico. Não mi farta nada, comprei em doze vez televisão grandona, apareio de som, tanquinho pra muihé... E tô paganu tudo diritinho. Esse guvêrno é muito bão pros pobre! Hoje noise é tudo clarsse merdia! Trabaiho eu quero, imprego quero não. Sinão perdo meu borsa famiha”.
Fazer o que? Quem acredita ser vidro, jamais será um brilhante.
Postado aqui em 28 de maio de 2013.
Bom dia amigo professor sábio, nos mostra aqui uma verdade, bem assim, as pessoas nascem com os mesmos direitos, somente os que acreditam nisso podem fazer algo por si, seguirem seus sonhos, seus dons,infelizmente temos esse governo paternalista, ainda bem que nem todos ficam presos a essa esmola da "bolsa familia"!
ResponderExcluirAbraços e tenhas um lindo dia!
Os acomodados abortam os sonhos e trocam seu destino por qualquer bagatela. Os politiqueiros, exploradores da ignorância, perpetuam a miséria para garantir o voto da inconsciência. Sem educação não há futuro nem salvação.
ExcluirObrigado, Ivone. Um abração.
Leio seu artigo depoimento, grito social, e penso no que vimos há pouco na mídia, o 'povão' correndo atrás da esmola do 'bolsa isso... bolsa aquilo'... fazendo filho pra ganhar mais 'bolsa' e aos políticos, voto garantido... Entristeceu-me ver que valores educacionais todos no lixo... Ver brasileiros submissos ao pão & circo! Quanta ignorância!
ResponderExcluirAbraço, Antonio.
Célia.
Pão, circo e mentiras que anestesiam a dignidade ignorante de quem prostitui a cidadania. Fisiológico prostíbulo eleitoreiro, onde qualquer ninharia paga o voto deseducado.
ExcluirUm abração.
Olá, Antonio.
ResponderExcluirBelíssima, a sua postagem. Equilibrada. Crítica, Social, mesmo.
Não podemos nos deixarmos guiarmos pelas quimeras dos acontecimentos, e, nem desistirmos ante, o primeiro caras e bocas. Sonhar, é desafiar as conquistas, elencar os desejos, e seguir, sem deixar-se levar por tropeços.
O que difere, uma Nação da outra, é a Educação do seu Povo. O brasil, não é Paternalista, de hoje. Já nasceu estuprado. Mas, o povo Brasileiro, é de uma qualidade humanitária ímpar.
Hum...no meu blogue eu escreví sobre, Sepulcro. Queria ler a sua opinião. Estou lá, te esperando.
Abraços
Quem perde a fé em si e na vida. Vira gado, massa de manobra deseducada e servil; Bovinamente adestrada para alegrar-se com a ração de pão e circo, tão velha quanto a corrupção que violenta um país de ideologia prostituta.
ExcluirUm abração.
Oi Antonio,
ResponderExcluirTenho uma frase que ouvi há muito tempo num filme (agora não lembro o nome) procuro repetir várias vezes por dia aos meus alunos, mesmo os pequeninos "nunca deixe ninguém dizer que você não consegue". Acreditar em si mesmo é um grande passo. Quebrar um ciclo de pobreza as vezes é muito dificil, falo isso baseada na minha própria experiencia. E é bem assim como você escreve, o povo vira gado!
Belo texto! Excelente reflexão!
Tenha um lindo dia!
Beijos!
Povo que não crê em si, termina por acreditar em mitos e mentiras. Caindo na conversa de aventureiros e iludindo-se com "ouro de tolo". Livremente trancafiado numa dourada gaiola de ilusões, engendrada com ardil por falsos "Salvadores da Pátria".
ExcluirObrigado, Jossara. Um abração e um bom fim de semana.
Apon, adorei seu texto. O primeiro passo para uma sociedade mudar é se apropriar de conhecimento, de seus direitos e deveres, e o segundo passo, aprender a se respeitar e a se fazer respeitar. As pessoas acabam se apequenando e aceitando muito menos do que merecem, quando a diferença está no buscar. Um abraço!
ResponderExcluirA ignorância apequena a percepção e embota a dignidade. Coisifica as pessoas que se vendem por qualquer trocado e ainda rendem graças a seus verdugos. Fora da educação (de verdade) não há salvação.
ExcluirObrigado Bia. Um abração e bom final de semana.
Oi, Antônio!
ResponderExcluirVocê escreve, linda e graciosamente, aquele "dialeto", que, no geral até consigo entender.
Em que zona do Brasil, se fala daquele modo?
Na TV Record, acho que é esse o nome, que passa cá em Portugal, já tenho escutado pessoas, falando desse jeito.
A instrução nunca ocupou lugar e só dignifica o cidadão. Quem não a possui, pelos mais diversos motivos, nem consegue entender o básico da sociedade.
Lamento tanto essa gente! Viver de subsídios, não é, nunca foi e será a solução.
A pessoa necessita de instrução e de educação, como pão para a boca.
Não haverá progresso, evolução, se tivermos muitos "Ambrósios".
Bom fim de semana.
Abração da Luz.
Geralmente, na zona rural, nos rincões mais afastados dos centros urbanos, encontramos pessoas que falam assim. Mas na periferia, nos guetos das grandes cidades, é vergonhosamente comum encontrarmos o “dialeto” da ignorância dos desassistidos pela educação pública, gente que só é lembrada na distribuição da ração eleitoreira que garante o voto de seus algozes, ou nos números fabricados pelas estatísticas dos projetos caça-níqueis e tantos outros factoides. Triste Brasil, triste gente inconsciente que sobrevive dependurada nos bolsos e bolsas do nefasto paternalismo oficial.
ExcluirObrigado. Um abração.
E o pior é que é a pura realidade!!!
ResponderExcluirTem muita gente aí parindo a doidado pra garantir o seu "borsa famia" no fim do mês.
Um absurdo!
E assim, vamos aumentando o “rebanho” de inconscientes para votar em quem conduz o país ao aprisco da falta de educação, saúde, segurança e sobretudo, falta de verdade.
ExcluirUm abração.