Na areia que se esvai na ampulheta,
no ciclos dos ponteiros,
na intermitência dos dígitos,
nas folhas que desfolham da folhinha....
O tempo!
Tempo que cura emata,
castiga e perdoa,
maltrata e faz carinho,
espada e ancinho,
pedra e pão.
Sacro e sacrílego,
aristocrático e campesino;
bálsamo e látego,
ancião e menino.
Direita e esquerda,
capitalista e socialista;
ganho e perda,
aliado ou nazista.
Judeu e Palestino,
cristão e muçulmano;
proativo e destino,
bestial e humano.
Panfletário e submisso,
conservador e vanguarda;
protagonista e omisso,
dianteira e retaguarda.
Silêncio e som,
berço e túmulo;
aprendizado e dom,
desperdício e acúmulo.
Amor e ódio,
céu e chão;
trabalho e tédio,
válido e vão.
Crepúsculo e alvorada,
ardente e frígido;
partida e chegada,
flexível e rígido.
Espírito e matéria,
corpo e alma;
riqueza e miséria,
fúria e calma.
Sábio e ignorante,
laico e religioso;
humilde e arrogante,
confiável e vicioso.
Um tanto de tudo,
um tanto de nada...
Tempo... Tempo... Tempo...
Dê uma espiadinha em nossas postagens mais recentes:
Querido amigo Antonio, lindo poetar em antagonismo, tudo é assim, o tempo então, nossa, esse não tem como, "... um tanto de tudo/ um tanto de nada..." bem assim é viver meu amigo poeta querido!
ResponderExcluirAbraços e tenhas um lindo fim de semana!
Tudo tem dois lados e o tempo reflete essa dualidade.
ExcluirUm abração.
Que bela sua ponte entre as possibilidades antagônicas, reflexivas e metafóricas que a vida nos apresenta diariamente... Um horizonte muito próximo é o que o "tempo" nos traz...
ResponderExcluirAbraços.
O tempo é dual, dialético, controverso... Assim o fazemos.
ExcluirUm abração.
Oi, Apon, como vai?
ResponderExcluirMuito interessante seu poema sobre o tempo... coincidência ou não, é o tema que estou trabalhando essa semana com minha turminha do 1º ano, e acabei de ler um texto sobre o tema no blog da Beth Lilás... será um sinal? hahaha
O que mais gostei foi como cercou o tempo com antagonias, tão características dele, que pode ser o algoz ou o bálsamo... Muito bom. Um abraço!
Acho que é um sinal do tempo! Tempo que reflete a dualidade humana, a alternância das possibilidades...
ExcluirObrigado. Um abração.