A droga das drogas


O que é o próprio nome diz:

Droga!

Quem é feliz não usa,

o infeliz abusa;

vai entorpecendo a vida,

sai apostando a sorte,

cai com odor de morte.

Azar do vício,

aziago risco.

Fuga louca,

inteligência pouca.

Ruminar o tempo,

agendar lamentos,

comprazer na dor.

Atalho pra lugar algum,

ponte pra lugar nenhum,

passarela de ilusões.

Amargo trago,

fumado abismo,

cheirado aprisco,

delirante autismo.

Roleta tonta;

à lucidez afronta,

desaponta a razão.

O “barato” é passageiro,

“viajar” tão ligeiro...

Sobram restos de gente,

escombros de dignidade;

zumbis errantes,

sonhos farsantes,

pesadelo da realidade.

Voluntária tormenta,

tormentosa opção;

arriscar tudo,

fazendo-se nada.

Reclamar de que?

Protestar por quê?

Revoltar pra que?

Caia fora dessa droga!


2 Comentários

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  1. Em versos dizes tudo por aqui, pois é tão difícil viver entre tantos que, não mais sabem o valor do que é viver, lamentável realidade, não há mais nenhum lugar onde eles não estejam fazendo as loucuras que, a própria lei ajuda a manter.
    Acho até que a sociedade se conforma, diz-se quando de atrocidades cometidas, "foi efeito das drogas", triste isso, mas se vai fazer o que?
    Abraços meu amigo poeta sensível!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. A ação devastadora das drogas vem espalhando dor e morte, adoecendo e sobressaltando a sociedade. Até quando viveremos reféns disso?

      Um abração.

      Excluir
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