Arrulham os pombos,
bem-te-vis saúdam o alvorecer
Em meio à selva de concreto e tantas inconcretudes.
Ainda desacordada,
grande parte da cidade,
apercebe a paisagem,
poética pintura desse arrebol.
Trôpega,
a boemia Ainda intenta prorrogar a noite,
postergar o alvor;
tropeça nos restos desumanizados que disputam as sarjetas,
nos cães abandonados que viram latas,
reviram o lixo humano.
Qual penitente,
o gari varre a rua que já se vai sujar;
um, outro e outros tantos,
passam, jogam,
explicitam no chão seu grau de educação.
Vagam pedintes, prostitutas, gays e afins,
espreita o ladrão, o azar e a sorte.
O jornaleiro grita adormecidas manchetes.
As teclas do meu computador;
vão devorando o silêncio,
parindo esses meus versos sem rima.
Assobios de Whatsapp,
barulhos de gente,
murmúrios da pressa,
eletromagnético “surfar” de informações.
Crentes e descrentes,
indigentes e abastados,
anônimos e famosos,
acordando o desacordo das ruas.
Acorda a cidade e seus sobreviventes:
Engarrafamentos crônicos,
violência endêmica,
modernidade polêmica.
Grita o despertador apressado e apreçado,
ditando a crônica de mais um estressado dia qualquer,
como qualquer outro estressante dia.
Oi, Antonio!
ResponderExcluirA tranquilidade ou agitação servem de inspiração ao Poeta!
Bela cronica de um amanhecer!
Feliz semana!
Beijo carinhoso!
A inspiração está em tudo, em toda parte. Poetizar é garimpá-la.
ExcluirUm abração e uma inspiradora semana.
Uma crônica que se repete na loucura do TER! Deixa-se o SER sempre em segundo plano, infelizmente! É o grau da "Pátria Educadora" que se rebelou diante de tamanha imprudência da verbalização de impotentes que se agarram ao último mastro da Pátria! ... "Pátria Honrada", pelos que acordam e sobrevivem na luta diária honesta.
ResponderExcluirAbraço.
Disse tudo. Quem não é e nem sabe ter, cria desastres para si e para os outros. Farsantes incompetentes, fingidos canastrões, coveiros da verdade, da dignidade, parasitas da nação.
ExcluirUm abração e uma boa semana.