Místico, simbólico, mágico, mitológico, religioso, ecológico, inspirador, poético, encantador, belo… Com todos seus predicados e adjetivos, o arco-íris nunca passou desapercebido ao olhar humano. A origem do seu nome é atribuída à deusa Íris, que na mitologia grega, figurava como uma espécie de mensageira, arauto divino, que em sua passagem, deixava para trás um arco colorido enfeitando o céu. A tradição judaico-cristã e o islamismo, afirmam ter Deus o denominado "arco da aliança", selando uma promessa de não mais destruir a humanidade e outros seres viventes com água. Marca o fim do dilúvio, com a Arca de Noé assentando no Monte Ararate. Enquanto para a cultura ioruba, o arco-íris simboliza o Orixá Oxumarê, mensageiro divino aos seres humanos. Já no mito nórdico, o arco-íris aparece como Bifrost, ponte ligando a Terra (Midgard), a Asgard, morada dos deuses. Para os antigos havaianos, a deusa ANUENUE, associada à chuva, é a personificação do arco-íris.Para os chineses, a deusa Nüwa utiliza pedras de sete diferentes cores para fechar uma abertura no céu, provocada pelo confronto entre os deuses dá água e do fogo, derramando o lago celestial sobre a Terra; esse remendo, o arco-íris. A mitologia hindu, fala do arco de Indra (Indradhanush), deus dos raios e trovões. Uma ponte suspensa no céu, escada de sete cores por onde desce Buda, diz a tradição japonesa. Tem também a lenda que trata o arco-íris como a ponte para um recanto de aconchego para os “espíritos” dos animais. E o pote de ouro no fim do arco-íris? Coisa dos Irlandeses, para chegar lá se precisa capturar um leprechaun, tipo de duende, que some num piscar de olhos. Um mito dos índios Cree, versa sobre os “guerreiros do arco-íris”, lendária tribo de espíritos que resgatariam a natureza quando a Terra ficasse doente; inspirado nesse conto/profecia da índia Olhos de Fogo, em 1978, o Greenpeace, organização internacional de defesa da natureza, batizou seu barco de Raimbow Warrior (Guerreiro do Arco-Íris).
Mas a ciência vem querendo “jogar água no brinquedo”, desmistificando, desmitificando nossa surreal, onírica ligação, ponte, atalho entre o céu e a Terra. Descartes, Newton… Dizem que “um arco-íris aparece quando a luz branca do sol é interceptada por uma gota d'água da atmosfera. Parte da luz é refratada para dentro da gota, refletida no seu interior e novamente refratada para fora da gota. Essa refração faz aparecer o espectro de cores: violeta, anil, azul, verde, amarelo, laranja e vermelho”. Que coisa mais sem graça. É bem melhor imaginar o arco-íris como muito mais do que a luz branca do sol interceptada por uma gota d'água da atmosfera.
Em 1978, Gilbert Baker, se “apropriando” das suas cores, cria a bandeira do arco-íris, símbolo do orgulho gay cujo colorido representa a diversidade na comunidade homossexual. Já na cromoterapia as propriedades terapêuticas de cada uma das sete cores do arco-íris, promovem o reequilíbrio energético do espírito e o restabelecimento do corpo. Espiritualistas citam os chacras como centros de força distribuídos pelo perispírito, vibrando cada um numa cor, ordenados conforme o arco-íris.
Como podemos ver, arco-íris da uma prosa sem fim. Tem jeito de ano novo, de renovação, renovada ação de embelezar, tornar melhor, energizar, reenergizar; unir, ligar, conduzir… Ponte, atalho, caminho… Passar da chuva, reluzir de sol, dia novo, dia bom, bom ano novo!
Postado aqui em 26 de dezembro de 2016.
Olá, Apon, como vai? O arco-íris para mim sempre teve uma aura mágica e isso só ficou reforçado através do seu post. Uma vez quando voltava da escola onde trabalho vi um arco-íris em plena luz de dia e sol, entre as nuvens brancas, algo que nunca havia visto... a natureza é realmente encantadora.
ResponderExcluirAgradeço sua companhia e gentileza o ano todo, desejo que seu 2017 seja rechedo de alegrias e bênçãos! Abraço, tudo de bom!
A natureza é um manancial de encantos e ensinamentos que muitas vezes passam desapercebidos. Tudo de bom para você também. E que o ano novo, traga múltiplas, renovadas e renovadoras cores, capazes de dissipar os tantos cinzas que escondem a luz do bem.
ExcluirUm abração.
Olá, António!
ResponderExcluirQue post mais bonito, completo e de encantar!
Fiquei sabendo algumas coisas, que desconhecia por completo, mas sabes o que eu acho, sem certezas, é que o arco--íris tem algo a ver, ou tudo, com transformações climatéricas. Será?
Olha que eu não associo ele a renovação, nem a Ano novo, porque esse fenómeno belo pode surgir em qualquer altura do ano.
FELIZ ANO NOVO, RENOVADOR, SOBRETUDO!
Beijinho para todos vocês.
A licença poética nos permite usar e abusar do sentido figurado, simbólico. Assim, após as “tempestades do ano velho” que vai, brilha o sol da esperança no alvor do novo ano, produzindo seu “arco-íris”, como um portal, passagem para novos dias. À feição da simbologia bíblica, quando na forma do “arco da aliança”, ele marca o fim de uma era, inaugurando tempos novos para a humanidade remanescente. Você está cientificamente corretíssima. Mas, a arte de escrever não prima por certezas nem ciência, prepondera a inspiração. O literal não é literário, nem o pragmático estético. Fico com a estética da percepção dos sentires e achares, das fábulas e mitos; a “arte” do maior dos “artistas”, que após uma tempestade, “pinta” no céu um arco colorido para nos dizer que tudo passa e o sol torna a brilhar...
ExcluirFeliz ano novo com muitos arcos-íris. Um abraçãozinho.
Muitos arcos-iris pra você também. Compreendo sua indignação com o plágio. Infelizmente, é uma praga na internet. As pessoas não têm o menor escrúpulo. Correu - não se ainda corre - um texto que foi atribuido à Artur da Távola, quando era de um pastor cujo sobrenome é Gondim. Precisou do escritor enviar uma mensagem dizendo que gostaria de ter escrito aquele texto, tão belo, de autoria de Gondim. É uma praga mesmo! Feliz Ano Novo
ResponderExcluirSão mentes cinzas, descoloridas e incapazes. Mas, algum dia acordam. Feliz ano novo.
ExcluirUm abraço.