Pessoas bem sucedidas, felizes, ricas, poderosas, por vezes despertam, inspiram sentimentos adversos em certo tipo de gente: Desejo, cobiça, cupidez, ganância, avidez, ambição, olho gordo, olho grande, mal olhado… Ou “simplesmente”, a velha e tão vulgar inveja. Contudo, os invejosos costumam ficar de butuca apenas nos bônus, nos benefícios e resultados sem se preocuparem, dedicarem a menor atenção ou qualquer interesse pelos ônus, trabalho, sacrifícios, esforços, os riscos, os… Isso é mais conveniente ignorar! ... Assim como, a conveniência, geralmente impede tais criaturas de perceberem que os invejados, costumam combater e superar: A preguiça, a acomodação, a indisciplina, a incapacidade, as dificuldades… Bem diferente dos invejosos, que se aclimatam ao mais fácil, aguardando os favores da sorte.
A mitologia ilustra bem a apercepção insensata dos invejosos, versando sobre Dâmocles, um cortesão grandessíssimo bajulador e desmedido invejoso da corte do tirano Dionísio, de Siracusa. O sujeito vivia a tagarelar acerca do ser superlativamente afortunado o amigo ditador: O poder, a felicidade, a riqueza, a sorte, facilidades, boa vida, mais isso, mais aquilo...
Aborrecido com aquela diuturna e incessante arenga, Dionísio propôs uma troca de lugares por um único dia. Assim, naquelas 24 horas, o boquirroto usufruiria da imensa sorte, servido com pompa e todo luxo por garotas de deslumbrante beleza; boas roupas, boa comida e tudo mais que de melhor pudesse dispor. Contudo, sem dar a saber ao falastrão, Dionísio mandou que, sustentada apenas por um fio de rabo de cavalo, uma afiada espada fosse pendurada sobre a cabeça de Dâmocles.
Assim, no dia seguinte, Dâmocles se adonou da situação, fantasiado de soberano, coroado, travestido de realeza. Sentado na cabeceira real da mesa do banquete, degustou o melhor da gastronomia e especialíssimos vinhos. No entorno, um luxo só: Belas flores, caros perfumes, muito conforto ao som de boa música. Sentia-se o último acarajé do tabuleiro, o mais feliz dos homens, o mais mais.
Sentado no lado oposto da mesa, Dionísio esboçou um sorriso irônico quando Dâmocles percebeu o perigo que pendia sobre sua cabeça. O sujeito empalideceu; trêmulo e desconexo, perdeu a fome, o desejo, a desenvoltura; aterrado pelo reluzente contorno daquela espada, queria sumir, correr dali.
Dionísio usou aquela espada para simbolizar todo o risco do poder, as incertezas, as possíveis conspirações, uma escolha errada, um revés inesperado que pudesse cortar a tênue linha do destino que sustenta uma sentença a qual está sempre exposto quem assume postura de destaque. Enfim, a lição foi aprendida e Dâmocles compreendeu que era “melhor ser amigo do rei a ser o próprio rei”.
Aqui usamos a simbologia do mito, para representar a inveja de quem quer as coisas, o sucesso, a fama, as conquistas alheias. Mas, se recusa a expor-se aos riscos e dificuldades de quem paga o preço de construir, viabilizar seus sonhos, desejos legítimos. Ser alguém, costuma dar trabalho. Ser “um ninguém”? Basta continuar invejando. Até que a espada de Dâmocles...
Oi, Antonio!
ResponderExcluirDesejo que 2017 seja um bom ano! Que tenhamos o necessário!
Com muita saúde, paz e fraternidade!
Felicidades a você e sua família!
Beijo carinhoso!
Tudo de bom também para você, seus parentes e amigos.
ExcluirUm abraço.