Maresia


Dorme a poesia,

deserta o riso,

abdica o querer.

Vaga entre as vagas o silêncio das naus;

errantes,

penitentes…

Na praia…

Crepúsculo nos meus olhos,

murmúrio da rebentação calando o dia.

Na areia, pegadas,

rabiscos que o mar vem devorar.

Melancólica maresia…

Luzes de artifício,

fingem-se estrelas,

redesenham a cidade.

Nas ruas:

Boêmios e trabalhadores;

marginais, travestis e prostitutas,

sacizeiros vagantes,

bêbados cambaleantes,

malabares a sobreviver.

Na orla o ir e vir do mar,

amanhecer da paisagem;

“desanoitecida” maresia,

cheiro de dia novo,

renovo...

Acordar da poesia,

despertar de um sorriso,

redivivo querer.


2 Comentários

Obrigado por sua visita. Agora que terminou a leitura, que tal deixar seu comentário na caixa de comentários abaixo? Sua interação é muito importante. Obrigado.

  1. Olá, António!

    "Qui susto", o barulho do mar, mas nem tudo o que barulho, confusão, desalinhamento é mar!

    A tua poesia nunca dorme, porque dentro de tua alma há sempre espaço para o entendimento, para a maciez e lucidez do mundo. Remas, vais continuar remando e, um dia, chegarás a "Porto Seguro".

    Como sempre, esses teu trocadilhos sociais, políticos e inteligentes, muito me disseram. Queres/quero um DIA NOVO.

    Abracinho.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. O mundo precisa de um porto seguro para aportar. Uma nova esperança, uma nova forma de viver, sentir e pensar. Um dia novo para uma humanidade nova, renovada.

      Um abraço.

      Excluir
Postagem Anterior Próxima Postagem






Pular para comentários.


Point pró 2.
81% de desconto nessa pequena gigante que vem com plano de dados grátis, pega Wi-fi, aceita débito, crédito, pagamento por aproximação, QR, Pix... Imprime comprovantes, tem reposição de bobinas grátis além de bateria que dura o dia todo. Confira aqui.

Formulário de contato