Dorme a poesia,
deserta o riso,
abdica o querer.
Vaga entre as vagas o silêncio das naus;
errantes,
penitentes…
Na praia…
Crepúsculo nos meus olhos,
murmúrio da rebentação calando o dia.
Na areia, pegadas,
rabiscos que o mar vem devorar.
Melancólica maresia…
Luzes de artifício,
fingem-se estrelas,
redesenham a cidade.
Nas ruas:
Boêmios e trabalhadores;
marginais, travestis e prostitutas,
sacizeiros vagantes,
bêbados cambaleantes,
malabares a sobreviver.
Na orla o ir e vir do mar,
amanhecer da paisagem;
“desanoitecida” maresia,
cheiro de dia novo,
renovo...
Acordar da poesia,
despertar de um sorriso,
redivivo querer.
Olá, António!
ResponderExcluir"Qui susto", o barulho do mar, mas nem tudo o que barulho, confusão, desalinhamento é mar!
A tua poesia nunca dorme, porque dentro de tua alma há sempre espaço para o entendimento, para a maciez e lucidez do mundo. Remas, vais continuar remando e, um dia, chegarás a "Porto Seguro".
Como sempre, esses teu trocadilhos sociais, políticos e inteligentes, muito me disseram. Queres/quero um DIA NOVO.
Abracinho.
O mundo precisa de um porto seguro para aportar. Uma nova esperança, uma nova forma de viver, sentir e pensar. Um dia novo para uma humanidade nova, renovada.
ExcluirUm abraço.