Mata a mata,
desmata sem dó.
“Morrentes" nascentes,
terra a secar;
seca, pó,
extingue o cio do chão.
Cidades quentes,
almas frias,
planeta febril.
Vadia sanha de “progresso” sem ré;
riqueza sem vida,
pobreza sem fé.
Não há pulso, não há fluxo…
Ressequida a paisagem,
desértica miragem,
natureza morta,
aborto da torta razão.
Não há pulso, não há fluxo…
Farta grana, parca sensatez,
sepulcros cheios, berços vagos;
isquêmica ganância,
congestiva, obstrutiva estupidez.
Não há pulso, não há fluxo…
Périplo do tempo,
Refluxo,
ciranda insana,
vacante,
vazante insolução.
Não há pulso, não há fluxo…
Delírio do homem,
vertigem do clima,
sentença final:
Não há pulso, não há fluxo.
Olá, António, meu amigo!
ResponderExcluirSem tirar, nem pôr. Exatamente, assim!
Como sempre teu jogo de palavras, verbos, adjetivos, substantivos, todos numa cadência e ritmo perfeitos.
Bem, te digo eu: que "para grandes males, grandes Remédios".
Beijinho, menino e boa semana.
Será que ainda tem remédio? Ou o ser humano levará até o fim a sua sanha destruidora? Estamos assistindo a política imbecil e tacanha do Sr. Trump, um exemplo de até onde pode ir a insanidade de gente que põe a grana acima de tudo: da vida humana, da natureza, da subsistência da vida em geral na Terra...
ExcluirUm abraço.
Bom dia, António
ResponderExcluirCom uma cadência espantosa, em versos bem delineados, aqui está uma descrição perfeita do estado deplorável a que o Homem está reduzindo o planeta. Até quando???
Bom Fim-de-semana
Beijinhos
MARIAZITA / A CASA DA MARIQUINHAS
"Até quando"? Eis a grande questão. Até onde irá a insanidade desumana!
ExcluirBom fim de semana.
Um abraço.
https://poemasdaminhalma.blogspot.com/
ResponderExcluirBoa noite caro António!
Como sempre, excelente poesia... bem rimada e em simultâneamente muito bem ritmada.
Gostei imenso.
abraço e continuação de boa semana.
Luisa
Vamos tentando seguir no fluxo, no pulso da inspiração.
ExcluirObrigado. Boa semana para ti também.
Um abraço.