Palavras natimortas,
abortadas,
mal caladas.
Gritos mudos,
surdos silêncios.
A vida nem sempre consegue adivinhar,
o que se diz, sem se dizer.
Errante sentimento,
vagante tempo,
destino itinerante;
perdido,
silente,
“desavido”...
Quero dizer que…
O destino desatina,
atira,
tira da vida o tino.
A sorte é forte,
mas, é consorte do azar;
é o outro lado da moeda,
o verso,
o inverso...
Arriscado jogo, o calar.
Arisco, há risco!.
O tempo, aguardar adivinhar.
Dita o dito,
fala!
Não espera “desadivinhar”.
Bom dia. Parabéns pelo poema fantástico:))
ResponderExcluirHoje :- Ritual, entre a natureza e o amor
Bjos
Votos de uma óptima Sexta - Feira.
Vamos poetizando a vida, os sentires, o falar, o calar...
ExcluirUm abraço e bom fim de semana.
Oi, Tonico!
ResponderExcluirUm excelente jogo de palavras em forma de antíteses.
Por vezes, pensamos adivinhar, mas surge o contrário e vice-versa.
O quadro "O Grito" é um "pavor" -rs, mas talvez se insira nessa sorte, k tarda a chegar. Já utilizaste essa pintura outras vezes, creio.
Gostei mto do tema "Romeu e Julieta". Música serena e bem romântica.
Na verdade, não dá para adivinhar. Esse jogo é muito complicado, a vida é tão avoada... Rs rs rs...
Excluirhttps://www.youtube.com/watch?v=yh744ic-wBY
O Que Será (À Flor da Terra)
Chico Buarque
O que será, que será?
Que andam suspirando pelas alcovas
Que andam sussurrando em versos e trovas
Que andam combinando no breu das tocas
Que anda nas cabeças, anda nas bocas
Que andam acendendo velas nos becos
Que estão falando alto pelos botecos
E gritam nos mercados que com certeza
Está na natureza
Será, que será?
O que não tem certeza nem nunca terá
O que não tem conserto nem nunca terá
O que não tem tamanho
O que será, que será?
Que vive nas ideias desses amantes
Que cantam os poetas mais delirantes
Que juram os profetas embriagados
Que está na romaria dos mutilados
Que está na fantasia dos infelizes
Que está no dia a dia das meretrizes
No plano dos bandidos, dos desvalidos
Em todos os sentidos
Será, que será?
O que não tem decência nem nunca terá
O que não tem censura nem nunca terá
O que não faz sentido
O que será, que será?
Que todos os avisos não vão evitar
Por que todos os risos vão desafiar
Por que todos os sinos irão repicar
Por que todos os hinos irão consagrar
E todos os meninos vão desembestar
E todos os destinos irão se encontrar
E mesmo o Padre Eterno que nunca foi lá
Olhando aquele inferno vai abençoar
O que não tem governo nem nunca terá
O que não tem vergonha nem nunca terá
O que não tem juízo
O que será, que será?
Que todos os avisos não vão evitar
Por que todos os risos vão desafiar
Por que todos os sinos irão repicar
Por que todos os hinos irão consagrar
E todos os meninos vão desembestar
E todos os destinos irão se encontrar
E mesmo o Padre Eterno que nunca foi lá
Olhando aquele inferno vai abençoar
O que não tem governo nem nunca terá
O que não tem vergonha nem nunca terá
O que não tem juízo
Outra versão:
Excluirhttps://www.youtube.com/watch?v=yIERqgKooiU
O Que Será Que Será? (part. Chico Buarque)
Milton Nascimento
O que será que me dá
Que me bole por dentro
O que será que me dá?
Que brota à flor da pele
O que será que me dá?
E que me sobe às faces
E me faz corar
E que me salta aos olhos
A me atraiçoar
E que me aperta o peito
E me faz confessar
O que não tem mais jeito de dissimular
E que nem é direito ninguém recusar
E que me faz mendigo
Me faz suplicar
O que não tem medida, nem nunca terá.
O que não tem remédio, nem nunca terá.
O que não tem receita.
O que será que será?
Que dá dentro da gente
E que não devia
Que desacata a gente que é revelia
Que é feito uma água ardente que não sacia
Que é feito estar doente de uma folia
Que nem dez mandamentos vão conciliar
Nem todos os ungüentos vão aliviar
Nem todos os quebrantos toda alquimia
E nem todos os santos
O que será que será?
O que não tem descanso, nem nunca terá.
O que não tem cansaço, nem nunca terá.
O que não tem limite.
O que será que me dá
Que me queima por dentro, será que me dá?!
Que me perturba o sono, será que me dá?!
Que todos os tremores vem agitar
Que todos os adores me vem atiçar
Que todos os suores me vem encharcar
Que todos os meus nervos estão a rogar
Que todos os meus órgãos estão a aclamar
Que uma aflição medonha me faz implorar
O que não tem vergonha, nem nunca terá.
O que não tem governo, nem nunca terá.
O que não tem juízo.
Vou ali ver a banda passar:
https://www.youtube.com/watch?v=WZWcpEgJZAY
A Banda
Chico Buarque
Estava à toa na vida
O meu amor me chamou
Pra ver a banda passar
Cantando coisas de amor
A minha gente sofrida
Despediu-se da dor
Pra ver a banda passar
Cantando coisas de amor
O homem sério que contava dinheiro parou
O faroleiro que contava vantagem parou
A namorada que contava as estrelas
Parou para ver, ouvir e dar passagem
A moça triste que vivia calada sorriu
A rosa triste que vivia fechada se abriu
E a meninada toda se assanhou
Pra ver a banda passar
Cantando coisas de amor
Estava à toa na vida
O meu amor me chamou
Pra ver a banda passar
Cantando coisas de amor
A minha gente sofrida
Despediu-se da dor
Pra ver a banda passar
Cantando coisas de amor
O velho fraco se esqueceu do cansaço e pensou
Que ainda era moço pra sair no terraço e dançou
A moça feia debruçou na janela
Pensando que a banda tocava pra ela
A marcha alegre se espalhou na avenida e insistiu
A lua cheia que vivia escondida surgiu
Minha cidade toda se enfeitou
Pra ver a banda passar cantando coisas de amor
Mas para meu desencanto
O que era doce acabou
Tudo tomou seu lugar
Depois que a banda passou
E cada qual no seu canto
Em cada canto uma dor
Depois da banda passar
Cantando coisas de amor
Depois da banda passar
Cantando coisas de amor
Um abraço e bom fim de semana.
Olá, Tonico!
ResponderExcluirTrês vídeos bem interessantes de Chico Buarque.
"O que será que será"? Ah, é o AMOR, ou melhor, a falta dele.
Gostei mais da versão de Milton com Chico. Achei o poema mais rico e expressivo.
A Banda é daquelas canções que ficou no ouvido de todo o mundo, sobretudo brasileiros e portugueses. A Banda cantava e tocava coisas de amor, então, tudo certo, tudo e todos felizes. Contudo, qdo ela passava, a dor voltava. É Isso é a falta de Amor.
Ora, beijão e bom final de semana.
Então, que volte a banda a tocar!
ExcluirInté!
Porque tu (nós) queres e precisas de AMAR.
ResponderExcluirGros bisous, chèri!
Eu? Preciso nada... Rs rs rs...
Excluirhttps://www.youtube.com/watch?v=qQdJGKUwcNE
Faltando um Pedaço
Djavan
O amor é um grande laço
Um passo pr'uma armadilha
Um lobo correndo em círculos
Pra alimentar a matilha
Comparo sua chegada
Com a fuga de uma ilha
Tanto engorda quanto mata
Feito desgosto de filha
O amor é como um raio
Galopando em desafio
Abre fendas cobre vales
Revolta as águas dos rios
Quem tentar seguir seu rastro
Se perderá no caminho
Na pureza de um limão
Ou na solidão do espinho
O amor e a agonia
Cerraram fogo no espaço
Brigando horas a fio
O cio vence o cansaço
E o coração de quem ama
Fica faltando um pedaço
Que nem a lua minguando
Que nem o meu nos seus braços
Inté! Boa semana.
Ah, mas k "minino" tão "mentiroso" -rs!
ExcluirGostei mto da música, da letra e da interpretação de Djavan.
O coração não pode estar completo, sem amor.
Gros bisous, chèri!
Mentiroso? Eu?! Apenas uma "verdade alternativa". Rs rs rs...
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