Acostumado a engendrar certezas o ego experimenta o desconsolo da incerteza, da parte imponderável do estar aqui, o que apelidamos de destino. O arquétipo nos conduz a refletir, buscar a vivência do “eu profundo, o Self, capaz das reais escolhas, verdadeira escrita do destino.
A mitologia tentou explicar a humanidade, o ser humano em seus porquês, seus ciclos, dualidades: bem e mal, alegria e tristeza, vida e morte, positivo e negativo… Mas, tentou-se inutilmente encontrar razões externas para todas as questões e respostas, quando, muitas condicionais e condicionantes, habitam o âmago, a ânima do ser. A força incompreendida, guardada, gravada dentro de cada indivíduo, “legislação” consciencial que pode verdadeiramente produzir mudanças positivas ou negativas, customizando o mapa do caminhar de cada encarnação, onde nem Deus, intervém nas escolhas chanceladas pelo livre arbítrio dos homens, que direta ou indiretamente, se posicionam na “roda da vida, semelhando ao seguinte mito:
Filhas da noite, conhecidas como “fates” (origem da expressão: fatalidade). As Parcas, na mitologia romana (Moiras na mitologia grega). Eram Deusas do Destino, que, dentro de uma caverna, fiavam o desiderato humano, os desígnios inapeláveis de cada um. Nem mesmo Zeus ou qualquer outro Deus, podia com elas. Confrontar suas deliberações, era arriscar a ordem universal, o equilíbrio cósmico. Senhoras da “roda da fortuna”, as três irmãs: Nona (Cloto), Décima (Láquesis) e Morta (Átropos). A Cloto, cabia tecer o fio da vida, já Décima, cuidava de seu comprimento; enquanto Morta, cortava a linha do viver. Manipulando as voltas da roda alternando acima ou abaixo o fio de cada vivente, entre as venturas e desventuras inerentes a todos, sem distinção.
Note-se que os romanos usavam o calendário solar para os anos e o lunar para os meses. Assim sendo, a gravidez humana é de nove luas, não nove meses; então, Nona tecia o fio da vida intra-uterina, até a nona lua, a décima representa o nascimento, principiar da vida corpórea, a “individuação”. Morta era o extremo oposto, termo da vida física, instante imprevisível.
Acostumado a engendrar certezas o ego experimenta o desconsolo da incerteza, da parte imponderável do estar aqui, o que apelidamos de destino.
O arquétipo nos conduz a refletir, buscar a vivência do “eu profundo, o Self, capaz das reais escolhas, verdadeira escrita do destino.
Entrelaçadas, as individualidades vão compondo, tecendo a trama do coletivo e seu desiderato. Para Carl Gustav Jung a individuação é busca, desenvolvimento da personalidade individual. Contudo, a criatura não se basta, reclama uma interação existencial coletiva, não consagrando o individualismo/isolamento, sim, um relacionamento comunitário mais efetivo, implicando no “cair de ficha” do ego, ao se dar conta de que não é senhor absoluto de nada. Insuspeitas forças pululam no inconsciente mais vigorosas que, seus ditos complexos. Confrontado com essas “desconhecidas”, dissolve-se a máscara de ilusão. Constrangido a admitir sua face sombria, resta ao ego, aceitar que não é o centro da psique,iniciando uma nova relação inconsciente/consciente. Contudo, para além da mera autoaceitação, carece o sujeito, de se posicionar no mundo, buscando o bem, a harmonia entre seu interior e o exterior com suas específicas requisições. Perseguindo a correção dos erros na construção dos acertos, encontrar-se para se encontrar com o outro, o Deus interior, o Deus cósmico, a vida, o tal do destino. Desvelar o Self.
Postado aqui em 12 de maio de 2019.
Uma leitura muito interessante. Parabéns. Gostei de ler...
ResponderExcluirHoje :-
Existem sussurros na brisa.
Bjos
Votos de uma óptima Segunda - Feira
Autoconhecimento é o primeiro passo para entender a vida.
ExcluirUm abraço. Tudo de bom.
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Oi Antonio,
ResponderExcluirTudo bem com você!
Não sei muito sobre Mitologia, mas gosto de saber e aprender!
Tenha uma linda semana!
Vamos caminhando, procurando aprender, crescer no entendimento do existir. Tudo em paz, na busca do melhor sempre.
ExcluirUm abraço. Tudo de bom.
💙 Leia uma postagem sorteada para você.
Oi, Tonico!
ResponderExcluirUm texto muito interessante e um "tantinho" complexo -rs.
Se nem o deus em que tu acreditas, consegue pôr ordem "nisso"-rs, na Humanidade, quero dizer, embora com o tal livre arbítrio de que falas, mais a encarnação, como pode Zeus ter tido mão naquela "barafunda". Então, e as deusas eram do pior -rs.
Acho que cada um de nós é um mundo, com seus defeitos e virtudes, mais defeitos, que virtudes, é verdade, mas queremos ser donos de nossos narizes, nosso ego acima de tudo e de todos, e talvez por isso, todo o mundo, menos eu, atualmente, faz selfies.
O interior, o ego está "grávido", mas não irá nascer de nove luas como eu e tu nascemos. Serão precisas muitas mais luas, pke as barrigas cada vez estão maiores e mais inchadas. E alguns se sentem senhores absolutos de tudo e de todos, mas se esquecem de olhar pra dentro. É assim o mundo em k vivemos.
Beijos e boa semana.
Egocêntricos, ególatras e egoístas. Vivemos uma epidemia de gente sem noção, que tanto se acha, que vive a se perder. Gente tão desenvolta na hora de criar problemas para si e para os outros. Mas, na hora de resolver, consertar... Colocam nas mãos de Deus, espíritos, santos, anjos... Cada um é responsável pelo girar da sua "roda da vida", suas venturas e desventuras. Não adianta querer terceirizar!
Excluirhttps://www.youtube.com/watch?v=5qnORPoMyI4
Destino
Lucas Lucco
O destino deve estar nos olhando
Com aquela cara de quem diz
"Eu tentei juntar vocês dois"
O destino deve estar nos olhando
Decepcionado
Que pena, que pena
Que a gente estragou tudo
Porque pensamos tanto em ser perfeitos
E os perfeitos não sabem amar
A gente estragou tudo
Por apontarmos tanto os nossos erros
E os erros vão sempre estar aqui
O destino deve estar nos olhando
Com aquela cara de quem diz
"Eu tentei juntar vocês dois"
O destino deve estar nos olhando
Decepcionado
Que pena, que pena
O destino deve estar nos olhando
Com aquela cara de quem diz
"Eu tentei juntar vocês dois"
O destino deve estar nos olhando
Decepcionado
Que pena, que pena
Que a gente estragou tudo
Porque pensamos tanto em ser perfeitos
E os perfeitos não sabem amar
A gente estragou tudo
Por apontarmos tanto os nossos erros
E os erros vão sempre estar aqui
Não foi amor e o que faltou
Foi o que então? (Foi o que então?)
Não me pergunte não (Não me pergunte não)
Não foi amor e o que faltou
Foi o que então? (Foi o que então?)
Não me pergunte não (Não me pergunte não)
O destino deve estar nos olhando
Com aquela cara de quem diz
"Eu tentei juntar vocês dois"
O destino deve estar nos olhando
Decepcionado
Que pena, que pena
Compositores: Bruno Caliman
Um abraço e uma boa semana.
Inteiramente de acordo, Tonico!
ExcluirCada qual faz sua estrada, boa ou má, e por vezes também estragam as dos outros. Bem, mas há sempre deuses, bengalas, melhor dizendo, k os irão perdoar, pensam eles.
Escutei o vídeo à tardinha e o cantor me parece tão apaixonado! Ele e sua amada divididos por uma espécie de parede em vidro e por mais que tentem, não se conseguem tocar. Que chato!
A letra da canção é bem sugestiva e realista. Acho que o destino deve estar triste e zangado com algumas pessoas, pke deve ter tentado juntar mta gente, mas os próprios não quiseram ou não conseguiram aproveitar.
Gostei da música, letra e interpretação.
Beijão e já agora que o destino não esteja "dececionado" contigo, nem comigo-rs.
Os encontros e desencontros humanos, postos na conta do destino, de Deus, das estrelas... O destino não decepciona nem se decepciona. É o que fazemos ser. Ou não.
ExcluirUm abraço. Tudo de bom.
💙 Entronizado sentir, poetizando e encantando.
Muito bom para reflectir! Obrigada pela partilha!
ResponderExcluirCoração desorientado...aflito...
Beijos e um excelente dia!
Refletindo sempre...
ExcluirUm abraço. Tudo de bom.
💙 Leia uma postagem sorteada para você.