Nem só de gregos, romanos e nórdicos vive a mitologia. Conta uma lenda atribuída aos índios tupinambás, que no princípio, na criação do mundo, um magnífico pássaro de plumas brancas emergiu do centro do universo num diuturno voo sem descanso. Buscava o paraíso para pousar. Pórém, avistando seu almejado desiderato, ali despencou fatigado e morreu. Assim, suas longas asas transmutaram-se em idílicas praias e, o derradeiro bater do seu coração, abriu uma grande e profunda depressão na terra, que inundada pelas águas marinhas, deu origem à uma baía paradisíaca, o "grande mar interior" dos Tupinambás. Nascia Kirimurê! Que, mais tarde, em 1º de novembro de 1501, Américo Vespúcio, batizaria de Baía de Todos os Santos, aludindo ao dia no calendário católico.
Contrapondo o encanto poético da lenda, José Baiana, professor de tupi antigo, alerta: “muita gente pensa que a baía era denominada “Kirimurê” pelos índios Tupinambá que viviam no seu entorno. Um grande engano. Kirimurê não é uma palavra da língua tupi. Kirimurê é a grafia errada de “Karamuru” escrita por escribas franceses desavisados. Na realidade, a Baía de Todos os Santos sempre foi denominada Paraguaçu (Paragûasu) pelos Tupinambá que habitavam o seu entorno e a Ilha de Itaparica. “Paragûasu” em tupi tem o significado de “Grande Rio Caudaloso” ou “Mar Grande” como ainda é denominada a sede do Município de Vera Cruz, na Ilha de Itaparica. E Paraguaçu (Paragûasu) também é o grande rio que deságua na baía”.
Em "Uma História da Cidade da Baía", Antonio Risério, nos diz que, KYRIMURÉ era como os tupinambá tratavam o sítio onde fica Salvador. Sendo Paraguaçú a Bahia como um todo.
Que nos esclareçam os especialistas!
Um belo canto para Kirimurê, Baía de Todos os Santos. Encantada "varanda" da Bahia:
ResponderExcluirhttps://www.youtube.com/watch?v=JyRUyT5M7vY
Kirimurê
Maria Bethânia
Espelho virado ao céu
Espelho do mar de mim
Iara índia de mel
Dos rios que correm aqui
Rendeira da beira da terra
Com a espuma da esperança
Kirimurê linda varanda
De águas salgadas mansas
De águas salgadas mansas
Que mergulham dentro de mim
Meu Deus deixou de lembrança
Na história dos sambaquis
Na fome da minha gente
E nos traços que eu guardo em mim
Minha voz é flecha ardente
Nos catimbós que vivem aqui
Eira e beira
Onde era mata hoje é Bonfim
De onde meu povo espreitava baleias
É farol que desnorteia a mim
Eira e beira
Um caboclo não é Serafim
Salve as folhas brasileiras
Oh salvem as folhas pra mim
Se me der a folha certa
E eu cantar como aprendi
Vou livrar a Terra inteira
De tudo que é ruim
Eu sou o dono da terra
Eu sou o caboclo daqui
Eu sou o dono da terra
Eu sou o caboclo daqui
Eu sou Tupinambá que vigia
Eu sou o caboclo daqui
Eu sou Tupinambá que vigia
Eu sou o caboclo daqui
Eu sou o dono da terra
Eu sou o caboclo daqui
Muito boa esta publicação. Parabéns:))
ResponderExcluirBjos
Votos de uma óptima Terça - Feira.
O Brasil e a Bahia tem também suas lendas e mitos. Não só gregos, romanos, nórdicos...
ExcluirUm abraço. Tudo de bom.
💙 Leia uma postagem sorteada para você.
Muito interessante mesmo!
ResponderExcluirCoisas de uma Vida
.
O dia da Maria... Aniversário
Beijo e um excelente dia
Lendas e mitos emprestam encantamento à realidade.
ExcluirUm abraço. Tudo de bom.
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Olá, querido kirimureano!
ResponderExcluirTodos sabemos que lendas são lendas, mas as lendas fazem parte de nosso imaginário e nos tornam felizes.
Evidente que por todo o mundo há lendas, explicativas disso ou daquilo, mas ser baiano é outra coisa -rs.
Bethânia, voz única e inconfundível, num excelente interpretação. A letra da canção é mto rica e significativa. Qto orgulho na Bahia de Todos os Santos! Ela é baiana?
Beijos e viva sua terra!
Lendas e mitos, são formas criativas e lúdicas de explicar, ensinar, entreter... Estão em todas as culturas.
ExcluirBethânia, irmã de Caetano e baianíssima, nascida no recôncavo baiano, na cidade de Santo Amaro da Purificação. E, como dizia o governador Otávio Mangabeira: "A Bahia é a Bahia".
https://www.youtube.com/watch?v=6EdNvqU6Osw
No tabuleiro da baiana
Caetano Veloso, Maria Bethânia, ...
No tabuleiro da baiana tem
Vatapá, oi
Caruru
Mungunzá
Tem umbu
Pra ioiô
Se eu pedir você me dá
O seu coração
Seu amor de iaiá
No coração da baiana tem
Sedução
Canjerê
Ilusão
Candomblé
Pra você
Juro por Deus
Pelo senhor do Bonfim
Quero você, baianinha, inteirinha pra mim
E depois o que será de nós dois
Seu amor é tão fulgáz, enganador
Tudo já fiz
Fui até num canjerê
Pra ser feliz
Meus trapinhos juntar com você
E depois vai ser mais uma ilusão
No amor quem governa é o coração
No tabuleiro da baiana tem
Vatapá, oi
Caruru
Mungunzá
Tem umbu
Pra ioiô
Se eu pedir você me dá
O seu coração
Seu amor de iaiá
No coração da baiana também tem
Sedução
Canjerê
Ilusão
Candomblé
Pra você
Compositores: BARROSO ARY
Um abraço baiano.
Ah, seu nacionalista exacerbado-rsrsrs!
ExcluirUma melodia bem harmoniosa, bem cantada e com uma letra, que entendo, embora uma palavra ou outra não, mas é baianês-rsrsrs.
Caramba, tanta baiana por aí e tanto homi sem baiana-rs. O que é está faltando ou o que está sobrando-rs? É que coração de baiana tem de tudo e até amor.
Um beijão não baianês, mas alentejano.
Retificando: não é baianês, mas sim baiano. Sorry!
ResponderExcluirMuitas palavras são de origem africana a temperar o baianês. Olhe que o autor da música, Ari Barroso, não era baiano. O Brasil só tem um problema. Tem muito brasileiro! Rs rs rs...
ExcluirUm abraço.
Hola Antonio. Aunque no entiendo muy bien el idioma, puedo intuir muchas frases y me parece un bonito poema, yo diría que en corazón es quien manda en el amor, que lindo es este sino fuera que, como todo también caduca.
ResponderExcluirFelicidades por el poema me ha gustado.
Te mi gratitud y estima, se muy, muy feliz.
Obrigado por sua visita e comentário.
ExcluirUm abraço. Tudo de bom.
💙 Ela e a rosa.