... Para quem acha que, “pimenta nos olhos dos outros é refresco”. Já passou da hora de rever seus conceitos e lembrar de outro ditado: “Pau que dá em Chico, dá em Francisco”. O que hoje aflige o outro, amanhã pode nos afligir.
Bem no contexto do velho, “Cada um por si, Deus por todos”; o individualismo cada vez mais exacerbado em nossa sociedade do “jeitinho”, impede que as consciências gravitem além dos próprios umbigos. Pessoas, encasteladas no condomínio dos privilégios ou embarcadas no luxuoso veículo do descaso, trafegam pelas alamedas das ilusões. Alheias à coletividade, que desejam “invisível”. Sem noção, como os animais da fábula de Esopo, julgam-se imunes á adversidade, afinal, a desgraça só acontece com os outros:
O rato e a ratoeira
Numa planície da Ática, perto de Atenas, morava um fazendeiro com sua mulher; ele tinha vários tipos de cultivares, assim como: oliva, grão de bico, lentilha, vinha, cevada e trigo. Ele armazenava tudo num paiol dentro de casa, quando notou que seus cereais e leguminosas, estavam sendo devoradas pelo rato. O velho fazendeiro foi a Atenas vender partes de suas cultivares e aproveitou para comprar uma ratoeira. Quando chegou em casa, adivinha quem estava espreitando?
Um rato, olhando pelo buraco na parede, vê o fazendeiro e sua esposa abrindo um pacote. Pensou logo no tipo de comida que haveria ali.
Ao descobrir que era uma ratoeira ficou aterrorizado.
Correu para a esplanada da fazenda advertindo a todos:
– Há uma ratoeira na casa, uma ratoeira na casa !!
A galinha disse:
– Desculpe-me Sr. Rato, eu entendo que isso seja um grande problema para o senhor, mas não me prejudica em nada, não me incomoda.
O rato foi até o porco e disse:
– Há uma ratoeira na casa, uma ratoeira !
– Desculpe-me Sr. Rato, disse o porco, mas não há nada que eu possa fazer, a não ser orar. Fique tranqüilo que o Sr. Será lembrado nas minhas orações.
O rato dirigiu-se à vaca. E ela lhe disse:
– O que ? Uma ratoeira ? Por acaso estou em perigo? Acho que não !
Então o rato voltou para casa abatido, para encarar a ratoeira. Naquela noite ouviu-se um barulho, como o da ratoeira pegando sua vítima.
A mulher do fazendeiro correu para ver o que havia pego.
No escuro, ela não viu que a ratoeira havia pego a cauda de uma cobra venenosa. E a cobra picou a mulher… O fazendeiro chamou imediatamente o médico, que avaliou a situação da esposa e disse: sua mulher está com muita febre e corre perigo.
Todo mundo sabe que para alimentar alguém com febre, nada melhor que uma canja de galinha. O fazendeiro pegou seu cutelo e foi providenciar o ingrediente principal.
Como a doença da mulher continuava, os amigos e vizinhos vieram visitá-la.
Para alimentá-los, o fazendeiro matou o porco.
A mulher não melhorou e acabou morrendo.
Muita gente veio para o funeral. O fazendeiro então sacrificou a vaca, para alimentar todo aquele povo.
Moral:
“Na próxima vez que você ouvir dizer que alguém está diante de um problema e acreditar que o problema não lhe diz respeito, lembre-se que quando há uma ratoeira na casa, toda fazenda corre risco. O problema de um é problema de todos.”
Sem se dar conta, vai-se anestesiando a indignação, embriagando-se de acomodação, entorpecendo-se de omissão… E, como no trecho do poema de Eduardo Alves da Costa (equivocadamente atribuído ao poeta russo Vladimir Maiakóvski):
…
Na primeira noite eles se aproximam
e roubam uma flor
do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem;
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz, e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada...
Ou ainda como nesse escrito atribuído ao pastor luterano Martin Niemöller:
Um dia vieram e levaram meu vizinho que era judeu. Como não sou judeu, não me incomodei. No dia seguinte vieram e levaram meu outro vizinho que era comunista. Como não sou comunista, não me incomodei. No terceiro dia vieram e levaram meu vizinho católico. Como não sou católico, não me incomodei. No quarto dia, vieram e me levaram; já não havia mais ninguém para reclamar.
Para quem acha que, “pimenta nos olhos dos outros é refresco”. Já passou da hora de rever seus conceitos e lembrar de outro ditado: “Pau que dá em Chico, dá em Francisco”. O que hoje aflige o outro, amanhã pode nos afligir
Olha que tenho visto atitudes positivas, mas que estão desencontradas e caladas, então não digo nada, aguardo para conferir as minhas expectativas. Grata pela visita ao blog e, desculpe a minha ausência não intencional. Um abraço, Yayá.
ResponderExcluir#Altruísmo para contrapor ao #Egoísmo. Um mundo melhor, pede por pessoas melhores.
ExcluirTe convido: 😎 Leia uma postagem sorteada para você.
Um abraço. Tudo de bom.
Boa noite de paz, amigo Antonio!
ResponderExcluirE salutar ao nosso espirito calcar os sapatos dos nossos semelhantes.
Uma mensagem de libertacao do nosso egoismo
Tenha dias abencoados!
Abracos fraternos de paz e bem
#Empatia é o remédio para a patologia egoica. Se colocar no lugar do outro, faz perceber quão mesquinho é o #Egoísmo.
ExcluirTe convido: 😎 Leia uma postagem sorteada para você.
Um abraço. Tudo de bom.
Um texto super reflexivo, verdadeiro e expressa as atitudes de muitas pessoas. Li e reli e vi que esse texto se encaixa, perfeitamente, na situação em que vivo no meu ambiente de trabalho. O egocentrismo é tanto que a gente fica, numa linguagem comum, passada e engomada rsrsrsrs. O mundo parece que está girando em torno do umbigo de algumas pessoas, não abrem os olhos para olharem ao redor, refletir suas atitudes, vê que o coletivo é mais sólido e enriquecedor. Sozinhos não chegamos a lugar nenhuma, tudo se torna efêmero.
ResponderExcluirBeijos carinhosos!
Bem assim. Com as criaturas orbitando no círculo estreito do próprio umbigo, fica difícil o coletivo prosperar. Triste alienação egocêntrica.
ExcluirTe convido: 😎 Leia uma postagem sorteada para você.
Um abraço. Tudo de bom.
Coucou, c' est moi!
ResponderExcluirDas fábulas sempre tiramos moralidade, e essa que aqui transcreveste, não é exceção.
De facto, a ratoeira k preparamos para outros, ah, vai servir para nós, no final. Sempre assim foi.
No coletivo e em conjunto somos mto mais fortes e aprendemos a não ser egocêntricos/egoístas. O ego é importante, sim, mas há que dar atenção ao que e a quem está à nossa volta.
Gostei muitooooooooooooo do trecho/poema de Eduardo Alves da Costa e daí tirei minhas conclusões.
Beijos, menino mto querido!
O #Egoísmo é uma enfermidade do caráter, alienação de almas tacanhas, que apercebem a realidade que é eminentemente interativa, necessária mente solidária e idealmente fraterna.
Excluirhttps://www.youtube.com/watch?v=cGEe9lePRtg
Um abração.
A fábula dita por um brasileiro. Entendi e gostei da entoação e força, que le colocou no que estava contando.
ExcluirVão surgindo imagens dos animais, que surgem na fábula.
Beijos e um abração.
Por falar em imagens que vão surgindo... Uma que você me enviou, está ilustrando meu post mais novo.
ExcluirTe convido para ler: 😎 Palavras, as não ditas.
Um abração. Tudo de bom.
Cadê meu comentário, que deixei aqui, ontem? Mas, isso só sucede comigo? Vou protestar-rs!
ExcluirVocê e sua eterna briga com o Blogger pelos comentários desaparecidos. Rs rs rs...
ExcluirPois, mas logo que escrevo protestando, eles aparecem -rs.
ExcluirMuito bem colocado! Devemos olhar para os outros como olhamos para nós mesmos! Estar atentos à vida, não nos deixar ser levados por ela!
ResponderExcluirAbraço poeta!
A lição crística de mais de 2000 anos e que a humanidade ainda precisa aprender: "Fazer ao próximo, aquilo que queremos que façam conosco.
ExcluirTe convido para ler: 😎 Palavras, as não ditas.
Um abraço. Tudo de bom.
Não só devemos preocupar-nos com os problemas do próximo, mas também intervir quando é necessário defender os nossos valores e princípios.
ResponderExcluirTudo de bom, António.
Uma boa noite.
Abraço
~~~
Estamos todos juntos, destinos entrelaçados; desajudar é desajudar-se, o resto é tola ilusão egoísta.
ExcluirTe convido para ler: 😎 Palavras, as não ditas.
Um abraço. Tudo de bom.
Oi, Tonico!
ResponderExcluirJá apareceu meu comentário de ontem. A Google parece que quer que eu escreva todos os dias ou quase no teu blog.
Ah, "todo lindo" a imagem do teu mais recente post! Sim, eu sei que te a enviei há tempos. Nossa! Tanto mel! Não és diabético? Então, coma à vontade e se lambuze.
Você só imaginando mesmo, pke na prática, ah, na prática, não haveria blog por uns bons dias. Verdade?
Vou ler e já!
Beijos e beijos, sem mel-rs rs rs.
Estou imaginando... Não gosto muito de mel mesmo. Mas, beijo...
ExcluirUm abração.
Precisamos sempre nos colocar no lugar do outro e perceber que o problema do outro pode sim nos afetar. A caridade oral anda em desuso, necessitamos ser mais irmãos. Se não me coloco no lugar do outro, como posso querer a mão amiga dos que me cercam? Forte abraço, amigo!
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