Quem tem boca vaia Roma

... subiu na goiabeira e entrou na Matrix da Matrix, irrealidade total, surrealidade alternativa, realismo fantástico; maluquice, sandice, despirocar coletivo e delirante. Enquanto isso, alheio a balas e Bíblias...

Antonio Pereira Apon.

A novidadeira versão do antigo ditado: “Quem tem boca vai a Roma”, que intitula essa crônica, alude àqueles que discordando do império romano e tendo boca, o vaiavam. Suportando depois as consequências... No Reino da Balbúrdia do Sul; do rei à vassalagem. Toda a corte resolveu “vaiar” a inteligência dos plebeus. Tome-lhe a falar, e fazer, besteira: Grandes menestréis foram associados ao analfabetismo, a música popular ao satanismo, a escravidão a coisa boa, incêndios florestais a um ativista da defesa do meio ambiente, poluição no mar ao Greenpeace… … …

A realeza subiu na goiabeira e entrou na Matrix da Matrix, irrealidade total, surrealidade alternativa, realismo fantástico; maluquice, sandice, despirocar coletivo e delirante. Enquanto isso, alheio a balas e Bíblias, para sacanear a Balbúrdia, o imperador da Balburdinha do Norte, resolveu sobretaxar os produtos que importava. - “I do not love you”. Disse o soberano de lá.

Mas, como em qualquer lugar do mundo, a sabedoria popular dita lições simples e preciosas para quem não é afeito, nem devoto do besteirol:

Boca fala, boca paga.
Boca não admite fiador.
Boca que fala não mastiga.
Boi velhaco conhece o outro pelo berro.
Bom saber é o calar, até ser tempo de falar.
Cachorro velho não late à toa.
Cavalo bom relincha pouco.
Conversa fiada não bota panela no fogo.
Cristo curou cegos e aleijados, mas não malucos.
De burro só se espera coice.
É mais fácil levar um boi ao mourão que um ignorante à razão.
Em boca fechada não entra mosca.
Tamanco faz zoada, mas não fala.
Tanto vai o pote à bica que, um dia, lá se fica.
Três coisas fazem o homem se perder: muito falar e pouco saber, muito gastar e pouco ter, muito presumir e pouco valer.
Falar sem pensar é atirar sem apontar.
Fazei o bem que digo e não o mal que faço.
Flor caída não volta ao galho.
Folha seca fazendo zoada é sinal de vento.
A árvore se conhece pelos frutos.
A boca fala do que está cheio o coração.
A conversação mostra o que todos são.
A Deus poderás mentir, mas não enganar.
Ano de muito chocalho e pouco pescoço.
Antes escorregar do pé que da língua.
A palavras loucas, orelhas moucas.
A palavra é de prata, o silêncio é de ouro.
A panela pelo chiar, o homem pelo falar.
A regra se põe é na boca do saco.
A roda pior do carro é a que faz mais barulho.
Árvore ruim não dá bom fruto.
As boas palavras custam pouco e valem muito.
Boca calada é remédio.
Mais depressa se pega um mentiroso do que um coxo.
Mais se arrepende quem fala do que quem cala.
Mais vale cair em graça que ser engraçado.
Mais vale o exemplo que a doutrina.
Muito mente quem muito dá com a língua no dente.
Muito prometer é uma maneira de enganar.
Na boca do mentiroso o certo se faz duvidoso.
Na boca de quem não presta, quem é bom não tem valia.
Não se pode tocar sino e acompanhar a procissão.
Nem sempre aquele que dança é que paga a música.
No rufo do pandeiro se conhece o companheiro.
O boi é que sofre, o carro é que geme.
O lombo da gente é fiador da língua.
Onde a razão não fala, doido é quem não se cala.
O prometido é devido.
O silêncio é a alma do sossego.
O tolo calado passa por sabido.
Quando o diabo reza, enganar-te quer.
Quem cala, colhe; quem fala semeia.
Quem diz o que quer, ouve o que não quer.
Quem encomendou o sermão, que o pague.
Quem fala muito dá "Bom Dia" a cavalo.
Quem mal fala, pior ouve.
Quem muito fala, muito mente.
Quem não quer ser lobo, não lhe veste a pele.
Quem não sabe calar, não sabe falar.
Quem sempre mente, vergonha não sente.
Quem tem mazela, todos falam nela.
- Quem tem telhado de vidro não atira pedra nos outros.
Remédio de doido é doido e meio.
Razão, quanto mais, melhor.
Sapo de fora não chia.
Se as armas falam, as leis se calam.
Se bem o disse, melhor o fez.
Silêncio também é resposta.
Palavra e pedra que se soltam não tem volta.
Palavra fora da boca é pedra fora da mão.
Palavras ditas, pancadas dadas.
Pela boca morre o peixe.
Princípios ruins, desgraçados fins.
Promessas só as de Cristo.
Um burro carregado de livros é um doutor.
Vaqueiro bom não gaba cavalo.

Como disse o rei Juan Carlos de Espanha: “¿Por qué no te callas?”