... Vivaldo se elegeu e reelegeu para a câmara estadual, avançou para a federal e já sonha com a presidência da república; seus apoiadores se deram muitíssimo bem e Dadivina virou assessora parlamentar, cuida das “rachadinhas”… Seus eleitores, o povo é que...
Vivaldo Vigarino, político afamado por sua versatilidade ideológica, quando o barco da esquerda afundou, pulou para o dá direita com a maior desenvoltura e sem a menor cerimônia. Vereador, resolveu candidatar-se para deputado estadual e ali estava, afim de arrebanhar seguidores, angariar fundos objetivando sua campanha. No discurso, era Deus no Céu e Vivaldo na Terra, ainda mais agora, que tinha se convertido, virado religioso; um imaculado “homem de Deus”: honesto, sincero, digno, impoluto defensor da moral e dos bons costumes, tradição, família, propriedade; ferrenho combatente da corrupção, inimigo do comunismo… Blá blá blá, blá blá blá… A velha arenga politiqueira para doutrinar “o gado”.
Logo os primeiros apoiadores foram dando as caras: Um empresário, um industrial, um empreiteiro, comerciante, publicitário… Cada qual com uma maior generosidade, a anunciar sua desinteressada contribuição. Foi quando adentrou uma loirona de parar o trânsito, com uma “comissão de frente” de chamar a atenção e uma retaguarda não menos vistosa. Era Dadivina, Que deixou o candidato lívido, quando se fez conhecer e a seus propósitos:
- Eu sou profissional do sexo, ou melhor, prostituta! Se esse sujeito é esse santo todo, então, eu sou virgem! Uma moça donzela! ...
Abrindo a bolsa, ela retirou e exibiu um papel:
- Eu não vou colaborar é com nada, vim foi cobrar, Vigarino safado! Esse cheque que você me deu. É “voador”! Não tem fundo! ...
No que deu? Vivaldo se elegeu e reelegeu para a câmara estadual, avançou para a federal e já sonha com a presidência da república; seus apoiadores se deram muitíssimo bem e Dadivina virou assessora parlamentar, cuida das “rachadinhas”… Seus eleitores, o povo é que, como diria aquele outro político nacional: “Se fu”.