Ciclos. Tudo passa

Primaveras e verões passam, da mesma forma como transitam os outonos e não perduram indefinidamente os invernos, obedecendo ao inexorável fluxo das estações. Saneando a atmosfera, vez por outra tempestades vociferam no ríspido ribombar dos trovões, na chuva incremente, na fúria dos ventos e numa analogia, as tormentas transformadoras da vida, açoitam a psicosfera, acordando as forças higienizantes, que dormitam no ego entorpecido.

Ignorante, a ilusão humana, intenta descansar em berço esplêndido, descompromissada com o progresso individual e coletivo. É quando o existir reúne as nuvens educativas dos infortúnios e dores, derramando sobre o ser, energias desinfetantes, que vão desalojando os miasmas da acomodação egoísta, do orgulho egocêntrico, dos vícios intoxicantes, das fantasias paralisantes, das certezas equivocadas, dos simulacros de fé,das ideologias alienantes; Os vírus comportamentais, da arrogância, intolerância e preconceito; as bactérias conscienciais, da indiferença, descaso, omissão e maledicência; os parasitas existenciais do materialismo, do ceticismo, da arbitrariedade e do negacionismo.

Tanto quanto as emanações telúricas que asseiam a natureza terrena, os eflúvios espirituais, irrompem na despoluição da essência humana; aura dos indivíduos egrégora da coletividade. Dissolvendo círculos viciosos, tudo passa, estabelecendo ciclos virtuosos, que abraçam os que exercitam aproveitar as lições dos tempos adversos, no esperançar do ressurgir solar, na renovação das possibilidades, no clima das mudanças que convidam as pessoas de boa vontade, a fazerem diferente, presenteando a vida com o seu melhor, para que o bem faça eco num contágio positivo de bem-aventuranças.