Na complexa simplicidade do ser, o eu se revela plural e não singular. Na verdade, o que denominamos de eu, é um conjunto de “eus”; não sendo apenas uma personalidade, mas um amontoado de personas. Dentre essas, em particular: o autor, o poeta abriga em sua essência, uma quase entidade autônoma, o eu lírico, também chamado de eu poético, que pode “pensar e sentir” de forma absolutamente diversa de si.
A literatura, a arte em geral e particularmente, a poesia, não se subordinam aos pensares, sentires e quereres da pessoa física do autor. Comumente, o eu lírico se manifesta imprevisível e surpreendente, mesmo para a mão que escreve. Diante disso: o melancólico, pode escrever com esfuziante alegria; um deprimido, versar com entusiasmo otimista; alguém desiludido, nos deleitar revelando paisagens oníricas… O eu poético, transcende a qualquer rótulo: gênero, etnia, credo, estilo, nacionalidade, ideologia… Não se submete a regras, normas, vontades, modismos… Dono de inegociável livre arbítrio, não obedece nem diz amém ou bate continência; enfrenta, confronta, afronta, desafora. Diz o que quer, doa a quem doer.
Portanto, muitas vezes, não adianta me perguntar o porque disso ou daquilo, me cobrar uma interpretação. Meu eu lírico, quando questionado, apenas diz: “Isso é poesia! Não se explica, sente-se”. E pronto.
Onde assino? É que eu penso precisamente que também existem em mim, esses... eus.
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Tenha um dia feliz
Saudação amiga
De fato somos muitos em cada um de nós e esse rapaz, o eu lírico, eita moço espaçoso! Rs rs rs...
ExcluirUm abraço. Tudo de bom.
A ARTE DA VIDA. APON HP 💗 Textos para sentir e pensar.
Gostei muito da leitura!
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Silenciam-se as palavras ...
Beijo e um excelente dia!
Escrita e leitura, virtuoso círculo regido pelo eu lírico.
ExcluirUm abraço. Tudo de bom.
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