Há um milagre

No desabrochar de cada flor,
na semente minúscula,
que guarda o potencial das maiores árvores;
fauna, flora, biodiversidade.
A pluralidade do cio da Terra,
a redondeza que rotaciona,
produzindo crepúsculos e alvoradas;
nas montanhas altaneiras,
nas profundezas abissais,
na chuva fagueira,
no fluxo do rio, fecunda ribeira;
Nos corpos celestes,
nos fenômenos terrestres, há um milagre.

No binômio de corpo e alma,
na capacidade de pensar e sentir,
falar e agir;
no pulso do coração,
no impulso da mente,
no fluxo do sangue,
no influxo do criar;
no avião que risca o céu,
no navio que arrisca o mar.
Nos cinco sentidos e os demais,
nos quatro elementos e no mais;
no imanente, no transcendente,
no permanente passar.
Na ciência da fé e na fé da ciência,
na consciência;
no sorrir da criança,
no afiançar da esperança,
na empatia,
na poesia do nosso melhor.
Na mão solidária,
na ação humanitária,
na fraternidade, há um milagre.

No divino que em nós habita,
na luz que ainda dormita,
o milagre a despertar;
acordar do fabuloso,
do sobrenatural,
do fantástico miraculoso,
do ilusório a desacordar.
Há um grande milagre nos milagres que nos cercam,
que nos acercam do micro ao macro
povoam nosso interior e o exterior,
nos faz instrumentos de outros tantos milagres,
do Deus que age em nós e através de nós.

Há um milagre,
em estar aqui, compartilhando com você,
um bocadinho desse tanto de infinito.
Há sim, um milagre.