Toda uma vida


Mão escrevendo. #PraCegoVer

Muitas vezes, passamos toda uma vida, convivendo sem conviver; calando palavras, manietando gestos de afeto, escondendo um olhar mais terno, nos sonegando uma maior interação. Por isso ou por aquilo, não nos permitimos ir além dos formalismos, das convenções, agindo com uma quase indiferença, tão diferente da emoção que pulsa em nosso íntimo. Mas deixamos o tempo passar, abortar as palavras, amordaçar os gestos, toldar os olhares; tantos nadas e silêncios se entulharem, esterilizando amizades, amores, oportunidades…

Quantas vezes, ficamos frente a frente, nos vendo sem nos enxergar? Dias, semanas, meses, anos… Assim, o tempo passa e entre encontros e desencontros da vida, nos perdemos. Até que um dia, por um capricho das leis que regem as percepções e apercepções do espírito encarnado, nos damos conta, que por toda uma vida, aquela pessoa não era apenas mais uma entre outras tantas, só mais alguém em meio a multidão de gente que transitou em nosso viver. Ela importa! Nos apressamos em desentulhar os tantos nadas, destravar os silêncios acumulados… Mas uma sensação de impotência nos assalta, parece que já não há mais tempo, tarda a hora de consertar os tantos desconcertos.

O tempo perdido, em meio a silentes palavras, gestos, olhares… Parece nos sentenciar o descuidado equívoco de toda uma vida. Resta-nos esperançar o presente, para que nas linhas do agora, o tempo, nos permita escrever diferente.


14 Comentários

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  1. Olá, Tonico!

    Este texto diz precisamente aquilo que se passa com algumas pessoas e eu sou uma delas e tu também, acho eu. Calamos palavras e raramente dizemos o que queremos dizer. Até qdo essas atitudes?
    Um dia, talvez as coisas mudem, mas temos de ser nós a mudar primeiro.

    Beijos e um big abraço.

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    1. Muito assim, calamos dizeres, guardamos gestos e muitas vezes, só acordamos quando já não é tempo de acordar; o momento certo passou, a oportunidade se foi, a vida não se permitiu esperar... Passamos uma vida inteira, ruminando silêncios indevidos, desnecessários, descabidos e dolosamente inúteis.

      Um abraço. Tudo de bom.
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  2. Bom.dia de serenidade, amigo Antonio!
    Não sei como as pessoas gostem tanto de milhões de amigos...
    Prefiro receber um diálogo personalizado, de olho no olho.
    Efemeridade dos tempos atuais... Não me dizem nada.
    Gosto dos temas de suas poesias.
    Tenha um final de semana abençoado!
    Abraços fraternos
    Atenção

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    1. As relações humanas não devem primar pela quantidade, mas por qualidade. Aproveitar a dádiva do tempo para estabelecer boas relações, sinceros e verdadeiros afetos.

      Um abraço. Tudo de bom.
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  3. Escrito cheio de pontos reflexivos, além de uma intensa sabedoria!
    Abraços fraternos!

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    1. Precisamos aprender a dar bom proveito à dádiva do tempo, para depois não termos que lamentar o que e ou quem deixamos que se vá, junto com o tempo desperdiçado.

      Um abraço. Tudo de bom.
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  4. Acontece com todos, penso eu...
    Uma reflexão muito interessante, amigo António.
    Tudo bom. Abraço
    ~~-

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