Abre a porta, deixa...

Abre a porta, deixa a vida entrar,
tempo que é vento, alento a soprar,
dissipar o lusco-fusco,
das sombras, desensombrar, desassombrar;
o cativo de si, desensimesmar.
Tramas da depressão,
dramas que emaranham,
teias de mortificação.
Deixa a vida entrar:
qual a flor que explode de um botão,
borboleta que despe o casulo, para vestir a amplidão,
semente que germina rasgando a cova escura,
sorriso de criança,que pra sorrir não carece de razão.
Sol e chuva vivem cada qual a sua hora,
se alternam invernos e verões,
outonos e primaveras,
crepúsculos e auroras…
Nada estaca, não empaca,
tudo passa para não estagnar.
Quem se tranca o destino atravanca,
põe na retranca o se libertar;
entrega-se ao acaso,
ao pouco caso da sorte e do azar.
Abre a porta...