Farta de nossos fartares, do sem jeito dos nossos desjeitos, a natureza responde, recadeja extrema; febril, convulsiona, inflama, desborda, transborda...
No ar, flatos de hidrocarbonetos,
gases pestilentos…
Na terra, o resto dos nossos rejeitos,
tanto refugo a esgotar.
No fogo, nossos desjeitos a queimar.
Na água, o resto de tanto restar.
Triste ganância esnobe,
pérfida ignorância pobre;
a especulação politiqueira,
o autocídio negacionista,
a jogatina financeira;
vitimar do nosso vitmar.
Febril,
o planeta delira,
convulsiona o clima.
Farta de nossos fartares,
a natureza infarta,
desborda,
transborda em fenômenos extremos:
Ferida, se defende.
Acuada, reage.
Incompreendida, descompreende.
Envenenada vomita.
Atormentada, atormenta.
Inflamada, queima.
Violentada, violenta.
Viciada, vicia.
Desalentada, desalenta.
Sufocada, asfixia.
No ar a estufa,
na terra o luxo de tanto lixo,
na água o esgoto,
no fogo, nossa insânia a arder.
Eis nossos quatro "deselementos";
elementar, meu caro.